Pesquisa também revela que, entre os processos de sucessão de 2010, 81% das vagas de CEO foram ocupadas por executivos de dentro das empresas (stock.XCHNG)
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2013 às 17h20.
São Paulo – As demissões de presidentes-executivos das 2.500 maiores empresas de capital aberto do mundo caíram para 11,6% no ano passado, enquanto em 2009 o valor era de 14,3%. A conclusão é da consultoria global Booz & Company, que afirma também que, mesmo com a queda, a taxa de demissões (voluntárias e “forçadas”) ainda é alta, se comparada com a dos anos 90, e a pressão por resultados continua alta.
O resultado mais baixo de 2010 é fruto de uma série de fatores. Um deles é a baixa taxa de rotatividade das empresas chinesas, que representam 20% das novas companhias que entraram na lista em 2010. Por causa da forte atuação do governo nos controles das grandes organizações, o número de demissões de CEOs na China foi de 5,2%, no ano passado, 6,4 pontos percentuais abaixo da média mundial.
Mas não foi só a média chinesa que fez cair o número do mundo todo. Segundo o estudo, os efeitos mais duradouros da crise global de 2007 fizeram com que as empresas ficassem mais “estáveis” até que o crescimento volte com mais força. Além disso, os pesquisadores julgam que os conselhos estão selecionando melhor seus presidentes-executivos, o que garante uma sucessão mais tranquila. Por último, a alta taxa de demissões “forçadas” de CEOs nos últimos anos (e o consequente período de transição que a maioria das empresas passou depois disso) manteve o índice menor do que em 2009.
O ano passado teve a menor taxa de demissões forçadas de CEOs desde 2001, registrando 2,2% (valor 1,2 ponto percentual menor do que em 2009). As saídas planejadas também diminuíram, chegando ao patamar de 7,7% , enquanto em 2009 o valor era de 9,1%.
Transformações
A queda da rotatividade não foi a única mudança detectada pela Booz & Co.. A governança corporativa das empresas mostrou um interesse maior pela força interna de trabalho e mandatos mais curtos de CEOs. Entre as 291 sucessões registradas em 2010, 81% das vagas de presidente-executivo foram ocupadas por executivos de dentro das empresas.
Não é para menos. A pesquisa também revela que são esses profissionais internos que trazem mais retorno aos acionistas. No ano passado, a diferença nos resultados aumentou: os comandantes que vieram de fora produziram 0,1% de retorno, enquanto os que já eram de casa foram responsáveis por 4,6% em uma base ajustada regionalmente.
O tempo de mandato também é muito diferente entre esses executivos. Os CEOs internos que saíram de suas companhias em 2010 tinham uma média de 7,1 anos de trabalho na companhia. Já os que vieram de fora tiveram uma média de 4,3 anos de serviços prestados às empresas de onde partiam.
No geral, o tempo de permanência na posição também caiu na última década. Os presidentes-executivos ficaram, em média, 18 meses a menos do que no início dos anos 2000, quando os mandatos duravam 8,1 anos. Hoje, o prazo de validade médio de um CEO é de 6,6 anos. No caso das saídas planejadas, o tempo no cargo passou de 10 para 7 anos, entre 2000 e 2010.
Domínio asiático
O ano passado foi ainda um ano importante para os países emergentes. Pela primeira vez, quase metade das maiores empresas do mundo tem sua matriz fora da América do Norte e da Europa Ocidental. Essa notícia é boa não apenas para os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), que aumentaram sua participação no grupo em 24% por ano desde 2000, mas também para outros 11 países emergentes.
A Ásia, em particular, mostrou de vez sua força, ao concentrar o maior bloco das maiores companhias abertas do mundo, com 895 empresas. Em segundo lugar, fica a América do Norte, com 722 empresas, e a Europa, com 618.