Mesmo as modalidades mais conhecidas, como os seguros de vida e veículos, diversificaram os tipos de coberturas e preços, para conquistar mais clientes (Jung Getty/Getty Images)
Jornalista colaborador
Publicado em 23 de agosto de 2024 às 10h52.
O brasileiro tem buscado uma retaguarda financeira maior em caso de acidentes, roubos, problemas de saúde e outros imprevistos. A área de seguros vive uma fase de forte expansão no país, com crescimento total de receita líquida próximo a dois dígitos no ano passado. De acordo com levantamento de Melhores e Maiores 2024, as 61 empresas listadas no ranking do setor registraram, em 2023, receita líquida total de R$ 298,8 bilhões, 9,16% a mais do que o contabilizado no ano anterior.
O crescimento é ainda mais expressivo quando se analisa a evolução do lucro líquido das seguradoras. Em 2023, as companhias registraram margem líquida de R$ 36,5 bilhões no total, 72,09% a mais em relação ao período anterior (2022). A margem líquida indica o lucro real da empresa após o pagamento de todos os seus custos.
O portfólio de produtos segue a expansão setorial. Décadas atrás, as apólices oferecidas pelas seguradoras se restringiam a áreas mais tradicionais, como automóveis e de vida. Com o passar do tempo, o leque se expandiu e surgiram novas categorias que atraem cada vez mais os brasileiros, como planos de previdência privada, seguros residenciais e seguros saúde. Mesmo as modalidades mais conhecidas, como os seguros de vida e veículos, diversificaram os tipos de coberturas e preços, para conquistar mais clientes.
“O brasileiro está aprendendo a utilizar cada vez mais os seguros, a se prevenir. Consequentemente, isso aumenta a quantidade de ofertas e proporciona o crescimento do setor”, explica Samuel Barros, reitor do Ibmec no Rio de Janeiro.
Ao analisar os resultados obtidos no ano passado, divulgados no primeiro semestre deste ano, o superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Alessandro Octaviani, destacou o desempenho das companhias, em 2023. “Nosso setor continua pujante e, mesmo nas adversidades, segue com crescimento acima de muitos mercados”, disse Octaviani, que também destacou as perspectivas futuras: “Temos uma quantidade baixa de pessoas com seguros no país. Portanto, temos um enorme mercado a desenvolver, uma oportunidade rara entre as grandes economias mundiais”, acrescentou.
Com metodologia desenvolvida pela EXAME, em parceria com o Ibmec, a 51ª edição de Melhores e Maiores leva em conta não somente os indicadores financeiros e contábeis das empresas, como também a diversidade na gestão, boas práticas ambientais e de governança. Foram avaliadas um total de 1287 companhias, das quais 1000 estão classificadas no ranking, que será divulgado no dia 17 de setembro.