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Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 11h21.
Aos 46 anos, a Camil Alimentos - líder no beneficiamento, empacotamento, distribuição e comercialização de arroz e feijão no Brasil e América do Sul - foi escolhida por EXAME a Empresa do Ano do Agronegócio. A companhia planeja manter a estratégia de crescimento tanto no mercado doméstico como externo. Desde 1999, a empresa combina aquisições de outras companhias, unidades de beneficiamento de grãos e marcas.
Sem revelar a identidade das candidatas, Quartiero diz que o foco está em adquirir empresas com sinergias em relação a canais de promoção e distribuição. "Hoje temos uma atividade cujos pontos-de-venda comportam 200 profissionais para atendê-los. Queremos ter 2.000", afirma Quartiero. Apesar dos ganhos de sinergia, o empresário descarta que no Brasil as possíveis candidatas pertençam ao segmento de arroz e feijão. "Tudo que havia para ser adquirido contemplando esses dois produtos já foi feito por aqui".
A trajetória de aquisições da Camil começou há mais de dez anos. Fundada em 1963, em Itaqui (RS), a empresa surgiu como uma cooperativa de produtores rurais. Em 1997, a família Quartiero incorporou a cooperativa que tinha participação de 50% no negócio da Camil. O restante ficou nas mãos de um grupo de investimentos norte-americano - o TCW-Laep - até 2006, quando a família Quartiero adquiriu a totalidade dos negócios.
Durante o período de sociedade com o TCW, em 1999, a Camil fez sua primeira aquisição e ficou com 18,2% da rival Josapar.
Além de comprar rivais, a aquisição de fábricas também foi estratégica para a Camil no sentido de ampliar a capilaridade da empresa que hoje conta com oito unidades industriais no Brasil, distribuídas entre o Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e Pernambuco. Em 2001, a Camil fez duas compras: uma termelétrica que funciona a partir da queima de casca de arroz, em Itaqui, e uma planta industrial em Camaquã (RS) para beneficiar arroz branco. Em 2003, foi adquirida uma unidade de beneficiamento de feijão verde em Minas Gerais. Recentemente, foi a vez da beneficiadora de arroz Pampasul, de Rio Grande (RS), ir parar nas mãos da Camil.
A estratégia de crescimento também incluiu a compra de marcas regionais rivais com forte presença local. Além da Saman, em Pernambuco, foram adquiridas em 2001, a Pai João, uma das líderes no Ceará, e em 2002 a Príncipe, uma das mais vendidas no Rio de Janeiro.
Internacionalização
Embora a Camil exporte para mais de 80 países, o grande passo rumo à internacionalização foi concluído em novembro de 2007 com a aquisição da operação da Saman ( Molinos Arroceros Nacionales), a maior beneficiadora de arroz do Uruguai, que exporta o equivalente a 95% do faturamento. Inicialmente, a Camil havia comprado apenas o direito de uso da marca em Recife (PE) como estratégia para ampliar a participação no mercado nordestino.
Crédito de carbono
Outra prova de que apesar da longevidade a empresa mantém-se "antenada" com as novas tendências, é o fato da Camil ter sido uma das pioneiras a receber, em 2006, por créditos de carbono gerados a partir da termelétrica que, ao queimar casca de arroz, impede a produção do gás metano que resultaria da decomposição.