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McDonald'S prevê investir US$ 130 mi na América Latina e abrir 50 lojas

Brasil vai concentrar mais de 60% das aberturas de lojas previstas pela rede para a região

Loja de São Paulo: rede quer impulsionar vendas fora do salão, ainda preocupada com pandemia (Leandro Fonseca/Exame)

Loja de São Paulo: rede quer impulsionar vendas fora do salão, ainda preocupada com pandemia (Leandro Fonseca/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de janeiro de 2021 às 08h47.

Após paralisar investimentos por causa da pandemia de covid-19, a Arcos Dorados, empresa que administra a rede McDonald's na América Latina e no Caribe, deve voltar a colocar o pé no acelerador neste ano, apesar da nova onda de covid-19. A companhia pretende investir até  130 milhões de dólares (690 milhões de reais) na região, para a abertura de até 50 novos restaurantes, sendo 80% deles no Brasil. Os recursos também contemplam o reforço de segmentos vitais durante o período de fechamento das lojas: o drive-thru, o delivery e o app da rede.

Segundo Paulo Camargo, presidente da Arcos Dorados no Brasil, o trabalho nas vendas fora dos restaurantes que já vinha sendo feito desde 2018 ajudou a reduzir o impacto da pandemia para a rede. No ano passado, as operações do McDonald's no Brasil tiveram um faturamento equivalente a 78% do registrado em 2019 , que havia sido recorde para a companhia. No quarto trimestre, a empresa viu suas vendas no País chegarem perto da marca de 90% da vista no mesmo período do ano anterior.

O resultado negativo da gigante é bem menos grave do que o registrado pelo mercado como um todo, aponta a Abrasel, associação do setor. Ao longo do ano passado, 300 mil estabelecimentos de pequeno porte fecharam as portas no País, com o corte de 1 milhão de postos de trabalho. Além disso, segundo a mais recente pesquisa feita pela entidade, 57% dos empreendedores ainda devem aluguel, impostos, salários e têm dívidas com fornecedores por causa da pandemia.

Dos 1.030 restaurantes que a rede tem hoje no Brasil, 60% são lojas da própria Arcos Dorados. Os 40% restantes estão nas mãos de um grupo de 66 subfranqueados. De acordo com Camargo, esses parceiros devem ser priorizados na abertura de novos pontos de venda, o que praticamente elimina a possibilidade de que novos investidores entrem na operação local. O executivo afirma que a concentração de lojas no Brasil ainda é pequena e que há espaço para unidades em capitais, incluindo São Paulo.

Drive-thru

Uma das preocupações do McDonald's, especialmente após a pandemia, é fazer crescer o consumo que se dá fora dos salões de seus restaurantes. Isso porque, no momento dos lockdowns, as vendas pelo drive-thru chegaram a ser a principal fonte de receita da companhia. Ao longo de 2020, esse tipo de venda teve alta de 50%, enquanto o delivery disparou 150%, mas a partir de uma base mais baixa. Segundo o executivo da Arcos Dorados, para ampliar o faturamento do drive-thru, a rede já planeja unidades com três vias de atendimento para carros.

Ao longo dos últimos anos, o McDonald's também ampliou sua atuação digital — o app da rede tem hoje 46 milhões de usuários. É uma forma de ganhar força entre o público jovem, de acordo com o presidente da Arcos Dorados, um segmento também perseguido pelo Burger King, principal rival da líder do setor de fast-food no País. "Hoje praticamente metade das nossas vendas tem algum tipo de conexão digital com o cliente. Por isso, o que chamamos de 3Ds (digital, delivery e drive-thru) vão pautar a nossa estratégia nos anos de 2021 e 2022", diz Camargo.

 

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