Negócios

Marfrig tem dois anos para reverter queima de caixa

Desde o auge, em janeiro de 2010, o valor de mercado do Marfrig, fundado pelo empresário Marcos Molina, caiu de R$ 8,2 bilhões para os atuais R$ 4,8 bilhões


	Hoje, a Seara tem margens menores que a concorrente BRF e é a única responsável pela queima de caixa do Marfrig 
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Hoje, a Seara tem margens menores que a concorrente BRF e é a única responsável pela queima de caixa do Marfrig  (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2013 às 10h27.

São Paulo - No dia 4 de dezembro, Sergio Rial assinou o livro de encerramento da oferta de ações do Marfrig no escritório do Merrill Lynch em Nova York. O executivo só assume como presidente da empresa no início de 2014, mas já tomou as rédeas de fato.

Rial era observado por Caio Melo, superintendente de mercado de capitais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que acompanhou o evento.

Sob o olhar atento do BNDES, que vem avalizando todas as decisões estratégicas, o Marfrig profissionalizou a gestão e conseguiu R$ 2,3 bilhões no mercado. Com os recursos, que resolvem as dívidas de curto prazo nos próximos dois anos, a companhia ganhou uma trégua dos credores e dos investidores, que vinham castigando a empresa.

Desde o auge, em janeiro de 2010, o valor de mercado do Marfrig, fundado pelo empresário Marcos Molina, caiu de R$ 8,2 bilhões para os atuais R$ 4,8 bilhões. Antes das captações, o endividamento total da empresa atingiu R$ 12 bilhões no terceiro trimestre de 2012, resultado de 42 aquisições feitas em cinco anos, sem gerar as sinergias esperadas.

Rial tem de aproveitar a “janela de oportunidade” que surgiu para fazer a companhia deslanchar. O maior desafio do executivo está na operação da Seara, negócio de carnes processadas adquirido há quatro anos e que representa quase 70% da receita do grupo.

Hoje, a Seara tem margens menores que a concorrente BRF e é a única responsável pela queima de caixa do Marfrig - as outras operações, Keystone (EUA), Moy Park (Europa) e bovinos (Brasil e América do Sul) contribuem positivamente para o caixa da empresa.

Ao mesmo tempo em que é o maior problema do grupo, a Seara também representa sua maior oportunidade. É com esse negócio que Rial poderia reduzir a participação das commodities e elevar os lucros.

“O coração da estratégia é gerar valor. O acionista que apostou no Marfrig ainda não teve o benefício da realização da nossa história”, disse o executivo, ex-diretor financeiro mundial da Cargill, na primeira entrevista desde que chegou ao Marfrig.

O plano de Rial é elevar os preços dos produtos da Seara, reduzindo a distância da marca líder Sadia, da BRF. Hoje, a diferença chega a 15%, e ele quer trazer para um dígito. Também faz parte da estratégia reduzir o número de itens no portfólio e ampliar a distribuição dos atuais 70 mil pontos de venda para 100 mil, mirando o interior do País.

Acompanhe tudo sobre:Alimentos processadosCarnes e derivadosEmpresasEmpresas brasileirasIndústriaMarfrig

Mais de Negócios

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'

Martha Stewart diz que aprendeu a negociar contratos com Snoop Dogg

COP29: Lojas Renner S.A. apresenta caminhos para uma moda mais sustentável em conferência da ONU