Fábrica da Marfrig: empresa quer liderar no mercado chinês (Divulgação/Marfrig)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2014 às 13h29.
São Paulo – A China deve voltar a se abrir para a carne bovina brasileira. É o que espera Sérgio Rial, presidente executivo da Marfrig. Quando isso acontecer, a segunda maior processadora de carne bovina do país quer ser líder no mercado.
“Não podemos desconsiderar nossos concorrentes, mas estamos trabalhando para sermos os melhores posicionados no país”, disse Rial, em conversa com analistas de mercado nesta segunda-feira.
Para o executivo, que acaba de voltar de viagem ao país, uma das prioridades da China para os próximos anos será manter um fornecimento de carne bovina constante e de qualidade.
Segundo ele, apenas o Brasil e o Uruguai serão capazes de prover isso, já que a Argentina e os Estados Unidos passam por dificuldades e a Austrália não está em condições de produzir no volume necessário.
Por conta disso, a Marfrig montou toda a estrutura de logística e fornecimento para o país e já conta com funcionários em Xangai. “A abertura chinesa é inevitável, e queremos estar na frente quando isso acontecer”, disse Rial.
Mudanças
Esses possíveis ganhos com o mercado chinês são um dos motivos que leva o presidente da companhia a acreditar que a Marfrig voltará, em 2014, a lucrar pela primeira vez em anos e terá um fluxo de caixa positivo, de até 100 milhões de reais.
Outro fator que levaria à melhora dos resultados da empresa é a redução de despesas que ocorrerá por conta da mudança do seu centro operacional para Itupeva, no interior paulista, até o fim de março. Lá funcionará também o novo centro de distribuição, e a companhia espera economizar com custos menores e a concentração de todo o negócio em um único edifício.
Além disso, a Marfig estuda abrir capital das suas unidades no exterior, a Moy Park, no Reino Unido, e a Keystone, presente nos Estados Unidos e na Ásia. As duas marcas respondem por cerca de 50% do faturamento da companhia.
"No Brasil, o cenário está adverso para IPOs e é por isso que estamos vendo abertura de capital lá fora. Isso seria um acelerador para captura de valor para o grupo, independente do cenário financeiro, do operacional ou de câmbio", disse o presidente em conversa com jornalistas.