Marfrig: aquisição da Keystone Foods derrubou a empresa, mas pode ser sua salvação (Claudio Rossi/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2010 às 15h27.
São Paulo - A aquisição da Keystone Foods foi um dos fatores que fez o frigorífico Marfrig encerrar o trimestre no vermelho. A empresa americana, no entanto, também será a responsável por reverter o resultado no próximo trimestre. A avaliação é de Ricardo Florence, diretor de planejamento e relações com investidores do frigorífico. Com a aquisição da Keystone, a Marfrig se torna uma das fornecedoras de toda a cadeia internacional de McDonald's, Campbell's, Subway, ConAgra, Yum Brands e Chipotle. A empresa americana atende a mais de 28 mil restaurantes em 13 países.
No trimestre, a Marfrig registrou um prejuízo líquido de 30,9 milhões de reais contra um lucro de 127,4 milhões de reais no trimestre anterior e 200,5 milhões de reais na comparação anual, explicado pelo aumento das despesas financeiras gerado pelo aumento de juros provisionados e pela marcação a mercado do hedge causado pela proteção ao pagamento em dólares americanos da aquisição da Keystone Foods. "Este trimestre foi atípico: alta dos grãos, baixa do dólar, alta do boi e ainda assim mantivemos a performance boa", afirmou Ricardo, em teleconferência com analistas.
No final de setembro, a companhia concluiu capitalização de 2,5 bilhões de reais através da segunda emissão de debêntures mandatoriamente conversíveis em ações no prazo de 5 anos que foi utilizada na aquisição da Keystone Foods em outubro.
Os resultados da Keystone Foods serão consolidados a partir do próximo trimestre. “Do ponto-de-vista estratégico, a Keystone Foods reforça com sua capacidade de distribuição a atuação global da companhia e é a ‘pedra-chave’ de que a Marfrig precisava para fechar esse ciclo”, afirmou a empresa em comunicado.
Balanço
Apesar do prejuízo, a Marfrig teve um bom resultado na receita líquida, que cresceu 8,3% em relação ao trimestre anterior e somou 3,86 milhões de reais. O destaque foi o aumento do volume de vendas dos segmentos de Bovinos Brasil e Food Service, que apresentaram crescimento de 29% e 9%, respectivamente. As exportações da Nova Seara também apresentaram uma melhora significativa e cresceram.