Carnes: no ano, a Marfrig reduziu seu prejuízo para 223,9 milhões de reais, contra os 746 milhões de reais do ano anterior. (Matt Cardy/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2013 às 18h57.
São Paulo - A Marfrig apurou prejuízo líquido de 284,2 milhões de reais no último trimestre de 2012, ampliando o resultado negativo de 146,5 milhões obtido em igual etapa do ano anterior, mas conseguiu reduzir as perdas no ano.
De outubro a dezembro, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa de alimentos somou 405,9 milhões de reais, queda anual de 22,1 %, com a margem caindo de 9,4 para 6 %.
No quarto trimestre, a empresa viu seus custos crescerem em função do "desafio logístico enfrentado pela Seara Brasil, na absorção e integração das novas unidades e centro de distribuição oriundas da troca de ativos" com a BRF.
A Marfrig e a BRF realizaram um troca de ativos, conforme acordado com o órgão antitruste para aprovação da incorporação da Sadia pela Perdigão. A operação foi aprovada pelo Cade, em maio do ano passado, mas a operação foi concluída entre o final de agosto e o início de setembro.
Desempenho no ano
No ano, a empresa reduziu seu prejuízo para 223,9 milhões de reais, contra os 746 milhões de reais do ano anterior.
O Ebitda no ano foi de 2,13 bilhões de reais, com margem de 9 %, versus 1,77 bilhão de reais e margem de 8,4 % do ano anterior.
"A melhora no ano é decorrente da otimização do parque industrial da operação da Marfrig Beef, no Brasil, aos ganhos registrados na venda de ativos em 2012 e à maior participação de produtos processados de maior valor agregado na receita em comparação com 2011", informou a companhia em comunicado.
Na conferência com analistas, Sérgio Rial, presidente da Seara Foods e futuro CEO da Marfrig, afirmou que 2012 foi um ano de desafios para a companhia, em função da incorporação dos ativos da BRF, mas se esforçou em mostrar que a empresa está empenhada em reduzir a alavancagem e melhorar o desempenho operacional.
"O ano (2012) foi caracterizado por um grande movimento estratégico, com os ativos da BRF e de forma paralela a tentativa de continuar a fortalecer o balanço", disse Rial.
O executivo ponderou que o resultado quarto trimestre ficou muito aquém do esperado, o que influenciou nos resultados operacionais da companhia.
"Se o quatro trimestre mantivesse o nível dos trimestres anteriores, empresa já alcançaria o 'breakeven' (ponto de equilíbrio) operacional", acrescentou o executivo.
Rial ressaltou que a empresa encerrou o ano com o índice de alavancagem (dívida líquida/EBITDA) em 4,31 vezes contra 4,45 vezes do final de 2011.
"Caiu a alavancagem, mas ainda é insatisfatória, ainda não é o nível desejado pela companhia", afirmou Rial.
No último trimestre, pela primeira vez, a empresa abriu detalhes sobre o fluxo de caixa. Ao final do ano passado, a companhia apresentava 3,18 bilhões de reais de caixa e aplicações.
"E a razão disso não é porque temos uma história necessariamente bonita para mostrar, mas porque é a área que a gestão da empresa tem se esforçado para reversão deste número para uma empresa que continua claramente alavancada", afirmou Rial.
As ações da companhia iniciaram o dia em forte baixa, de quase 10 %. Às 12h33, a Marfrig perdia 6,6 %, enquanto o Ibovespa subia 0,08 %.