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Marfrig amplia aposta em hambúrguer vegetal com parceira do Burger King

A maior fabricante de hambúrgueres do mundo firmou uma joint venture com a ADM para a criação da PlantPlus Foods, voltada a produtos de base vegetal

A Marfrig e a ADM já são parceiras na criação de hambúrgueres no Brasil, com os sanduíches Rebel Whopper, do Burger King (Burger King/Divulgação)

A Marfrig e a ADM já são parceiras na criação de hambúrgueres no Brasil, com os sanduíches Rebel Whopper, do Burger King (Burger King/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 27 de maio de 2020 às 17h00.

A Marfrig ampliou sua aposta em carne vegetal com uma nova joint venture. Assim, ela ganha uma nova linha de receita, entra em um mercado que cresce de forma acelerada e com pouco investimento. A maior fabricante de hambúrgueres do mundo firmou ontem, 26, uma joint venture com a ADM para a criação da PlantPlus Foods, uma nova empresa para a comercialização de produtos de base vegetal.

A Marfrig terá 70% da nova companhia e a ADM, 30%; a PlantPlus contará com conselho de administração próprio e gestão independente. Com sede em Chicago, a nova empresa entrará em operação assim que as autoridades brasileiras e americanas aprovarem sua criação.

A Marfrig e a ADM já são parceiras na criação de hambúrgueres no Brasil, com os sanduíches Rebel Whopper, do Burger King, e o Aussie Plant Burger, do Outback, e no Uruguai e na Argentina. Antes, a parceria era de apenas exclusividade de fornecimento. Com a JV, a nova empresa pretende expandir seu portfólio para produtos como nuggets, carnes resfriadas e salsichas de base vegetal.

O plano também é entrar no maior mercado para carnes vegetais: os Estados Unidos. A fabricação desses produtos de base vegetal será feita nas fábricas em Várzea Grande, MG, para a América do Sul, e em Ohio, para a América do Norte.

Mercado de peso

Ainda que a tendência de carne vegetal seja recente e o mercado, pequeno, tem potencial para deter mesmo uma participação no setor de consumo de carne. Para o Credit Suisse, a aposta em carne vegetal pode ser uma nova linha de receita. "Olhando especificamente para os Estados Unidos, um mercado mais maduro se comparado com a América do Sul, é possível ver uma nova e interessante avenida de crescimento que a Marfrig está criando", escreveu o banco em relatório. 

Os alimentos processados representam 10% das vendas da Marfrig e os alimentos de base vegetal podem representar uma fatia de 10% desse total, diz a Marfrig. Isso pode representar vendas de até 609 milhões de reais, metade das vendas da Beyond Meat em 2019.

A ADM também reportou que nos EUA o mercado de alternativas de base vegetal à carne já é de 950 milhões de dólares, ao passo que na América do Sul, foram cerca de 200 milhões de dólares no ano passado.

De acordo com relatório da XP, a estimativa é que a carne vegetal represente 10% do consumo de hambúrgueres no Brasil no longo prazo, em um mercado que movimenta 3 bilhões de reais por ano. O Bank of America estiva que as proteínas com base vegetal possam chegar a vendas de 40 bilhões de dólares, de um mercado de 270 bilhões de dólares apenas nos Estados Unidos. 

Concorrência

A JV surge em um mercado no qual já há concorrentes conhecidas. A fabricante brasileira de carnes vegetais Fazenda Futuro, por exemplo, é uma das empresas mais inovadoras segundo a revista americana de empreendedorismo Fast Company. Ao abrir capital na bolsa no ano passado, a americana Beyond Meat levou a “carne de planta” ao patamar de gente grande.

Para o Bank of America, a JV da Marfrig já nasce com algumas vantagens sobre suas concorrentes. A empresa foi criada com um um portfólio grande e uma larga infraestrutura de produção e distribuição, com base na estrutura da Marfrig, sem a necessidade de grandes investimentos.

Sua distribuição geográfica, nos Estados Unidos e na América do Sul, também é uma vantagem. O grande trunfo é já ter um contrato de peso, como por exemplo para produzir o Rebel Whopper do Burger King.

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