Advogado escolhido para compilar relatório contra a empresa diz que possível ação poderia incluir até questionamentos sobre responsabilidade da CVM, pedido de bloqueio de bens de gestores e pedido de tomada de controle da empresa pelos acionistas (FERNANDO CAVALCANTI)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2013 às 17h00.
Rio - Além dos movimentos de acionistas minoritários da OGX (OGXP3) no Rio e em São Paulo, outros cerca de 60 investidores da petroleira se mobilizam no Sul do país contra a companhia.
Os acionistas levantam as irregularidades, especialmente em relação a promessas de produção não cumpridas. Querem embasar uma possível ação indenizatória, pedindo recomposição de capital e responsabilização civil da companhia e dos diretores por falhas na divulgação de informações.
O advogado escolhido pelos acionistas para compilar o relatório contra a empresa diz que uma possível ação poderia incluir até questionamentos sobre a responsabilidade da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pedido de bloqueio de bens de gestores e pedido de tomada de controle da empresa pelos acionistas.
"Houve projeções sobre a produção do campo de Tubarão Azul, por exemplo, que se tornaram absolutamente inverídicas", disse o advogado João Fábio Fontoura, sócio da Bornholdt Advogados, de Santa Catarina. "Estamos juntando um dossiê para ver o que respalda uma ação."
Fontoura disse partir do princípio de que o mercado de capitais implica riscos. Mas ressalva que a OGX "ultrapassou os limites da subjetividade e da volatilidade que a lei permite". O advogado defende que as informações divulgadas induziram investidores a erro, com fatos relevantes "que passaram longe e uma previsão de uma divulgação minimamente objetiva". A ação seria instalada em Santa Catarina.
Fontoura disse que ainda não houve contato com os grupos de acionistas que se mobilizam também no Rio e em São Paulo, mas diz que será natural um contato, já que todos compartilham a mesma causa.
Os acionistas reunidos no Sul não tiveram a identidade revelada pelo advogado. Em São Paulo a ação é liderada por William Magalhães. No Rio, a ação é do acionista Márcio de Melo Lobo. Ele entrou com ação cautelar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) pedindo o bloqueio dos bens da companhia e do empresário Eike Batista.