Mário Sérgio da Silva: "Nunca imaginei ser tão bem-sucedido com franquias", diz. (Chiquinho Sorvetes/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 2 de outubro de 2024 às 16h59.
Última atualização em 2 de outubro de 2024 às 17h40.
A venda de sorvetes de baunilha e chocolate deve levar a Chiquinho Sorvetes ao primeiro bilhão de reais de faturamento em 2024. A rede criada em 1980 em Frutal, no interior de Minas Gerais, conta com 827 lojas espalhadas pelo Brasil. A rede de sorveterias aparece na frente de grandes marcas como Kopenhagen, Hering e Havaianas na lista de maiores franquias do país.
O sucesso de uma franqueadora se deve, em boa medida, ao sucesso de seus franqueados. Mário Sérgio da Silva entrou na rede há 11 anos. Após vender sua casa e carro no Mato Grosso, ele apostou suas fichas na abertura primeira loja da rede no Pará. Hoje ele é o maior franqueado da rede com 25 unidades e master franqueado de Pernambuco. A expectativa é fechar o ano com faturamento de R$ 38 milhões e lucro de R$ 12 milhões, alta de 30% em relação ao ano anterior.
Maior franqueado da Chiquinho Sorvetes, Mário Sérgio da Silva, visitou várias cidades nos últimos dias para ver de perto algumas de suas 25 lojas. Cinco unidades devem ser inauguradas até dezembro. "Estamos preparando as equipes para o verão, queremos vendas recordes", diz.
Engenheiro agrônomo e professor de matemática, Mário decidiu vender tudo que tinha em 2013 para empreender. Com dinheiro da casa e carro em mãos, deu adeus a cidade de Sorriso, no Mato Grosso, onde morava, e investiu cerca de R$ 520.000 na sua primeira loja em Parauapebas, no Pará. "Eu já tinha visitado parentes da minha esposa na região e sabia que eles eram carentes de franquias, apesar do consumo ser forte", diz.
A ideia de abrir uma loja da Chiquinho Sorvetes veio da identificação com a marca. "A rede começou com uma sorveteria pequena e familiar. A abertura de uma loja é simples, recebemos todos os produtos prontos da fábrica e o ticket médio baixo, o que atrai muito gente", diz Silva.
O empreendedor conta que os primeiros meses não foram lucrativos. Para não perder o investimento e desistir de empreender, ele decidiu apresentar os sorvetes de baunilha e chocolate de forma gratuita. "Eu tinha estoque e confia na qualidade dos produtos. As pessoas só precisavam provar e conhecer", diz. A estratégia de oferecer sorvetes no semáforo ou distribuir cupons pela cidade funcionou. Em menos de seis meses a loja já era lucrativa. "Lembro que no quinto mês a loja já tinha lucro de R$ 40.000", conta.
A segunda loja foi inaugurada um ano depois em Marabá, no Pará, com o lucro da primeira unidade. Seis meses depois, a terceira unidade foi inaugurada em Canaã dos Carajás.
Algumas decisões importantes de gestão foram tomadas no início do processo de expansão e garantiam a sustentabilidade do negócio.
Todas as lojas tinham um gerente responsável pela operação, permitindo que o empreendedor conseguisse circular entre as unidades e ganhar escala. "Desde o começo eu treinei pessoas de confiança para serem gerentes. Hoje a maioria são funcionários que se destacaram e assumiram o cargo na abertura de uma nova unidade", diz.
Mário também negociou com a franqueadora a exclusividade de alguns municípios. Na época, muitas cidades ainda não tinham franquias e era viável abrir novas lojas. "Fui até São Paulo negociar a exclusividade de alguns municípios. Paguei uma taxa para ser o único franqueado em cinco cidades", diz.
A quarta loja foi inaugurada em Belém e a quinta em Açailândia, no Maranhão. Mário conta que a abertura de lojas aconteceu de forma gradual. "Eu comecei abrindo uma loja por ano, depois a cada seis meses. Hoje eu abro cinco por semestre e pretendo terminar o ano com 30 unidades", diz.
Há quatro anos, Mário se tornou master franqueado da Chiquinho Sorvetes em Pernambuco. Ele é responsável por abrir lojas, vendê-las e acompanhar os franqueados. Ele se tornou uma espécie de franqueadora regional.
Para administrar suas lojas e dar conta das funções de master franqueado, Mário conta com uma sede administrativa em Marabá com cerca de 20 funcionários. Por ali é feito toda a administração financeira e de RH, por exemplo. Ao todo, Silva gerencia 240 funcionários.
Com o lucro das lojas, Silva também abriu empreende em outros mercados. Hoje ele é dono de dois hotéis no Pará, além de ter fazendas no estado, cafeteria e locadora de carros. "Nunca imaginei ser tão bem-sucedido com franquias", diz.