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Em alta de 66% no ano, Magalu mostra o tamanho do avanço na pandemia

O resultado do Magazine Luiza é emblemático para mostrar a transformação vivida pelas varejistas durante a pandemia do novo coronavírus

Centro de distribuição do Magazine Luiza: no ano, a empresa acumula alta de 21% nas ações com a esperança dos investidores no e-commerce  (Germano Lüders/Exame)

Centro de distribuição do Magazine Luiza: no ano, a empresa acumula alta de 21% nas ações com a esperança dos investidores no e-commerce (Germano Lüders/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 17 de agosto de 2020 às 06h34.

Última atualização em 17 de agosto de 2020 às 11h01.

Uma das últimas grandes varejistas a apresentar seu resultado do segundo trimestre, o Magazine Luiza divulga seu balanço hoje, 17, após o fechamento do mercado. A temporada foi marcada pelo avanço do comércio eletrônico, por causa do fechamento das lojas físicas na pandemia do novo coronavírus. Como o Magazine Luiza é uma das empresas com a integração online e offline mais fortes, seu resultado deve emblemático para mostrar a transformação vivida pelo varejo no trimestre.

“O mercado sabe que houve pressão na rentabilidade, do lado do varejo físico, então deve se focar no aumento das vendas pela internet e, principalmente, no crescimento do marketplace”, diz Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research. "O Magalu já tinha o comércio eletrônico e a logística desenvolvidos e fazia a omnicanalidade antes de qualquer outro grande varejista", diz Carolina Casseb, analista da Guide Investimentos.

O resultado das rivais pode dar dicas sobre a divulgação do Magalu. O Magazine Luiza valorizou 65,9% desde o início do ano - a Via Varejo cresceu 58,6% e a B2W, 74,9%.

O destaque no resultado da Lojas Americanas e da B2W, dona da Americanas.com e Submarino.com, foi o crescimento no número de vendedores em sua plataforma de marketplace. A B2W teve um crescimento de 72% no valor geral de vendas, chegando a 6,7 bilhões de reais. O número de vendedores em seu marketplace mais do que dobrou, chegando a 69.800. No trimestre, o prejuízo líquido foi de 74,6 milhões de reais para a B2W.

A Via Varejo, com as marcas Casas Bahia, Via Varejo e Extra.com, havia acabado de fazer uma grande reestruturação interna para fortalecer a operação digital quando a pandemia obrigou todo o setor a vender apenas pela internet. "A Via Varejo reformulou o e-commerce no ano passado e para ela o timing foi perfeito", afirma Casseb. O resultado da Via Varejo trouxe um marco para a empresa: lucro líquido de 65 milhões de reais, ante prejuízo de 162 milhões em igual período do ano passado. Do total faturado, 2,18 bilhões de reais vieram das lojas físicas, redução de 63%, e 4,3 bilhões de reais vieram das vendas online, aumento de 300%.

O varejista online Mercado Livre, o maior da América Latina, viu o volume geral de vendas chegar a 5 bilhões de dólares, alta de 48,5% em dólares e de 101,5% em moeda constante. O número de usuários ativos do site cresceu 45,2% no segundo trimestre em comparação anual, para 51,5 milhões. O número de itens vendidos avançou 101,4%, para 178,5 milhões.

Com a reabertura da economia e das lojas físicas, há uma dúvida se as vendas pela internet devem se manter tão fortes - e é um dado que os investidores devem olhar com atenção.

Além das vendas no comércio eletrônico e da integração logística com as lojas físicas, o Magazine Luiza deve dar um passo além. A empresa está se preparando para entrar em novos setores e recentemente anunciou três aquisições. No fim de julho, o Magalu anunciou a aquisição da plataforma Hubsales, que possibilita a indústrias oferecer seus produtos diretamente aos consumidores por meio de marketplace.

Já no início do mês, comprou as empresas Unilogic Media Group e Canal Geek Internet (Canaltech) e da plataforma Inloco Media, unidade de negócio da Inloco Tecnologia da Informação, em movimento que marca a entrada da companhia no segmento de publicidade online.

O Magazine Luiza tem a ambição de ser tornar o terceiro polo de comércio mundial, assim como a Amazon e o Alibaba. O caminho é longo. Mas, com novas aquisições, expansão de sua logística e de sua carteira digital, o resultado de hoje deve dar dicas sobre o futuro do comércio eletrônico - e do varejo - no Brasil.

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