Navio Maersk Leticia no Porto de Santos: intenção é de que ao menos duas unidades sejam destinadas para o mercado brasileiro (Ivan Storti/Grupo Libra/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2014 às 15h43.
São Paulo - Atenta à demanda do mercado de petróleo brasileiro, a empresa dinamarquesa de apoio marítimo Maersk Supply Service vai expandir sua frota e ampliar sua atuação com embarcações de grande porte chamadas de "subsea", que operam em até 3.000 metros de profundidade.
A companhia fechou recentemente com a chinesa Cosco Shipyard a compra de quatro embarcações desse tipo por US$ 470 milhões, com entrega prevista a partir do final de 2016.
A intenção é de que ao menos duas unidades sejam destinadas para empresas no mercado brasileiro, afirmou ao jornal "O Estado de S. Paulo" Viggo Andersen, principal diretor da empresa no Brasil.
"O Brasil é hoje o nosso principal mercado, com um terço do faturamento, e a Petrobras é a nossa principal cliente há vários anos", afirmou o executivo.
Esse tipo de navio é utilizado na instalação de módulos submarinos e de equipamentos e em manutenção de linhas de conexão.
"São movimentações que exigem equipamentos bastante específicos e muito potentes, como guindastes de 400 toneladas", afirmou.
O executivo disse que ainda não está fechado contrato para aluguel dessas unidades, o que começará a ser negociado agora.
"Fechamos com o estaleiro (a fabricação). Com o contrato em execução, começamos a desenvolver os trabalhos (de negociação)". Entre os clientes potenciais no Brasil estão empresas como a própria Petrobras e a Shell.
"O campo de Libra (no pré-sal), por exemplo, vai requerer de 10 a 12 unidades de produção (plataforma ou navio-plataforma). O número de equipamentos que vai ser instalado na plataforma do pré-sal brasileiro, que vai necessitar de manutenção submarina, tende a crescer".
Outros clientes potenciais para a companhia estão nos países do oeste da África.
Das 61 embarcações em atividade hoje, 19 estão no Brasil, sendo que 16 em uso pela estatal brasileira, duas pela Karoon e uma pela HRT. Os navios são de manuseio de âncoras, que fazem a movimentação das sondas de perfuração de produção de petróleo.
Segundo Andersen, o número de embarcações de apoio a operações do segmento de petróleo e gás no Brasil crescerá em torno de 30% nos próximos dez anos.
"A nossa meta é acompanhar esse crescimento, o que faria com que elevássemos de 19 para 26 o número de navios em operação no Brasil".
China
As quatro embarcações serão construídas na cidade chinesa Dalian, com entrega prevista entre o final de 2016 e o primeiro semestre de 2017.
Além dessas unidades, há opção de construção de outras duas unidades, o que elevaria o investimento para em torno de US$ 700 milhões.
Sem considerar as duas embarcações ainda não fechadas, a empresa fará investimentos globais em torno de R$ 1,7 bilhão na renovação da frota até 2016.
Além das quatro unidades da China, há ainda duas no Chile e uma na Holanda, também do tipo subsea.
A Maersk já encomendou anteriormente navios a estaleiros brasileiros. Das 19 unidades no Brasil, duas foram fabricados no País.
"O Brasil ainda não está em condição de competir com os preços que conseguimos em outros mercados."