Operário da Alstom trabalhando na fábrica para produção de turbinas em Rugby, no Reino Unido (Chris Ratcliffe/Bloomberg/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2014 às 17h31.
Paris - Em um mundo onde o crescimento da capacidade de geração de energia é guiado pelas energias solar e eólica, a guerra de ofertas pela francesa Alstom mostra que grandes competidores ainda acreditam que turbinas para usinas a carvão, gás e nucleares vão girar pelas próximas décadas.
Com o crescimento das plantas de carvão limitado por preocupações com as emissões, a indústria nuclear afetada por preocupações após o desastre de Fukushima em 2011 e dezenas de usinas a gás na Europa com a atividade reduzida com a estagnação da demanda, fornecedores de turbinas que geram energia em usinas térmicas sofreram assim como seus clientes, as concessionárias de serviços públicos.
Mesmo assim, a Siemens AG e a Mitsubishi Heavy Industries apresentaram na segunda-feira uma oferta rivalizando com a da General Electric pela Alstom, mostrando ter uma visão de longo prazo sobre suas perspectivas.
"A batalha pela Alstom é sobre onde as empresas de serviços públicos estarão gastando dinheiro em cinco anos, não onde vão gastar no terceiro e no quarto trimestres", disse um analista do setor em Londres que preferiu não ser identificado.
Com 43 por cento das vendas da Alstom na Europa e 8 por cento nos Estados Unidos, uma aposta na Alstom não é apenas uma aposta em mercados emergentes, mas em uma recuperação da demanda europeia, dizem analistas.
Em um estudo no mês passado, o Deutsche Bank estimou que o setor terá gastos de capital de 60 bilhões de euros (81,7 bilhões de dólares) neste ano, com uma parcela significativa indo para novos equipamentos elétricos -tanto de geração quanto de redes- e na manutenção de maquinaria existente.
Embora a demanda por novas usinas esteja baixa, a enorme base instalada da Alstom -a empresa diz ter mais de 20 por cento da capacidade instalada mundial de turbinas a vapor, ou 580 gigawatts- traz contratos lucrativos que correspondem a mais da metade dos 9 bilhões de euros em pedidos da divisão de energia térmica da Alstom no ano financeiro da empresa até março de 2014.