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Lula participa com Agnelli de evento da Vale na África

Ex-presidente foi à Guine a convite do executivo, para diminuir as divergências que os dois tiveram nos últimos anos

Roger Agnelli: apesar da vontade do governo, ele permaneceu à frente da Vale (Oscar Cabral/VEJA)

Roger Agnelli: apesar da vontade do governo, ele permaneceu à frente da Vale (Oscar Cabral/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2011 às 16h58.

Conacri, Guiné - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta terça-feira de um evento da Vale na capital da Guiné, na costa oeste da África, ao lado do presidente executivo da mineradora, Roger Agnelli.

A solenidade marcou o início da obra de reconstrução de uma ferrovia de 660 quilômetros que ligará a capital, Conacri, à cidade de Kankan, próxima da área de Simandou, considerado um dos grandes depósitos de minério de ferro do mundo e sobre o qual a Vale possui direitos de exploração.

Lula foi à Guiné a convite de Agnelli, com quem teve divergências no passado envolvendo demissões durante a crise de 2008 e também os planos de investimento da Vale em siderúrgicas, que provocaram um desgaste na relação do executivo com o governo petista e estimularam comentários de que o governo gostaria de uma troca no comando da mineradora.

No evento, a Vale confirmou planos de iniciar a produção de minério de ferro em Simandou em 2012, com volumes de aproximadamente 15 milhões de toneladas, subindo para 50 milhões de toneladas até 2020.

A reforma da ferrovia até Conacri é uma contrapartida da companhia ao governo da Guiné, já que o escoamento da produção em Simandou será feita por meio de outra rota, que seguirá através da Libéria até um terminal portuário na costa oeste africana.

Lula tem planos de montar um instituto com foco na melhoria das condições de vida dos países africanos mais pobres.

"Estamos muito felizes de desenvolver um relacionamento muito próximo com o Brasil", afirmou no evento o presidente da Guiné, Alpha Conde, que tem planos de acelerar o desenvolvimento do setor de mineração no país.

Originalmente, os direitos de mineração da área de Simandou estavam integralmente nas mãos da mineradora australiana Rio Tinto, mas o governo separou a região em blocos e os repassou a mais companhias. A Vale entrou na operação após negociação feita com a BSG Resources.

A Vale pretende investir 5 bilhões de dólares no desenvolvimento dos depósitos em Simandou.

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