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Lucro em alta e ação em baixa: Itaú vai manter o padrão dos bancões?

Juros baixos, competição com as fintechs e pressão por redução de taxas são desafio para os gigantes do setor — mas só para o médio prazo

Itaú: previsão é de uma alta no lucro pouco abaixo dos 12%, na casa dos 7,2 bilhões de reais (Gustavo Gomes/Getty Images)

Itaú: previsão é de uma alta no lucro pouco abaixo dos 12%, na casa dos 7,2 bilhões de reais (Gustavo Gomes/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2019 às 05h49.

Última atualização em 4 de novembro de 2019 às 06h41.

São Paulo — O Itaú Unibanco mostrará se a baixa nas ações dos bancos na semana passada vai continuar. O maior banco privado do país divulga seus resultados do terceiro trimestre nesta segunda-feira 4, abrindo a última semana de balanços dos bancos.

O consenso dos analistas é de uma alta no lucro pouco abaixo dos 12%, na casa dos 7,2 bilhões de reais, ante 6,5 bilhões no terceiro trimestre do ano passado. A temporada de balanços para os bancões começou na semana passada, com o Santander apresentando lucro de 3,7 bilhões, alta de 19,2% e acima das expectativas. O Bradesco divulgou em seguida lucro de 6,5 bilhões, alta de 19,6%, abaixo do consenso do mercado.

Apesar das altas, as ações dos grandes bancos terminaram a semana em queda. O movimento reflete preocupação com os desafios que o setor terá daqui em diante, com juros baixos (a Selic foi reduzida de 5,5% para 5%) e competição com bancos digitais e fintechs.

As fintechs ainda são pequenas perto dos bancos tradicionais: uma das maiores, o Nubank, avaliado em 10 bilhões de dólares e que tem cartão de crédito, conta digital e investimento sem taxas em CDB e títulos públicos, gerou no primeiro semestre receita de 1 bilhão de reais e prejuízo de mais de 100 milhões.

Mas a mera existência desses produtos pode pressionar os bancos a reduzir suas taxas, historicamente altas. A redução da Selic também reforçou o movimento por baixa nas taxas de crédito. Por ora, a “guerra” entre as instituições está focada no crédito imobiliário, mas — para o bem do consumidor — deve logo chegar a outras frentes, como empréstimo pessoal.

Na outra ponta, as instituições tentam fazer sua parte para melhorar a eficiência e não perder dinheiro com esses eventuais cortes de taxas. Bancos como Bradesco, Banco do Brasil e o próprio Itaú anunciaram planos de demissão voluntária nos últimos meses, tentando enxugar a estrutura. O Itaú já fechou mais de 500 agências no primeiro semestre, tentando focar nos serviços digitais.

Conhecido pela proximidade com startups — sendo mentor do Cubo, hub de empresas de tecnologia —, o banco também comprou na última quinta-feira 31 a startup de análise de grandes bancos de dados Zup, de Uberlândia, por 575 milhões de reais. Em 2017, o banco já havia comprado 49,9% do capital da corretora XP — as corretoras independentes são outra frente de pressão aos grandes bancos, com taxas menores ou inexistentes para investimentos.

Nos resultados do Itaú nesta segunda-feira, investidores também estarão de olho nos números da Rede, adquirente que sofre com a chamada “guerra das maquininhas” — na semana passada, a concorrente Cielo, controlada por Banco do Brasil e Bradesco, teve queda de mais de 50% no lucro diante da forte competição com nomes como PagSeguro, Stone e pequenas fintechs.

A Rede jogou pesado neste ano ao reduzir a antecipação de recebíveis para 2 dias, além de lançar sua carteira digital, o iti. O balanço de hoje mostrará o início dos resultados dessas medidas.

Nesta semana, além do Itaú, divulgam resultados o Banco Pan, também nesta segunda-feira, o BTG Pactual, na terça-feira 5, o Banco Inter, na quarta-feira 6 e o Banco do Brasil, na quinta-feira 7.

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