A Cielo teve lucro de 457,6 milhões de reais, queda de 6,3% em relação ao mesmo trimestre de 2010 (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2011 às 14h47.
São Paulo - Custos maiores num cenário de maior concorrência pressionaram a última linha do balanço da Cielo no terceiro trimestre, mas as ações da companhia avançavam na contramão da Bovespa, em meio a avaliações de que o resultado veio melhor do que o esperado.
A maior empresa de meios de pagamentos eletrônicos do país informou pela manhã que seu lucro líquido de julho a setembro somou 457,6 milhões de reais, uma queda de 6,3 por cento em relação ao mesmo período de 2010.
Já o lucro operacional, medido pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação, em inglês) somou 586,5 milhões de reais, recuo de 10,4 por cento na comparação anual. A margem Ebitda cedeu 8 pontos percentuais, para 55,5 por cento.
"A taxa que cobramos dos lojistas (MDR) caiu", resumiu o presidente-executivo da companhia, Rômulo de Mello Dias, em teleconferência com jornalistas, explicando que o volume de operações aumentou, mas as margens ficaram mais pressionadas.
A Cielo teve receita operacional líquida de 1,056 bilhão de reais no trimestre, montante 2,4 por cento superior ao apurado entre julho e setembro do ano anterior.
O faturamento com aluguel cobrado dos lojistas por equipamentos (POS), de 272,3 milhões de reais, caiu 7,9 por cento na comparação anual, embora tenha crescido 2,7 por cento ante o trimestre imediatamente anterior. E as receitas com antecipação de recebíveis, de 159,9 milhões de reais, avançaram 41,2 por cento ante o terceiro trimestre de 2010.
No entanto, seus custos dos serviços prestados cresceram 15,3 por cento no ano a ano, para 365,6 milhões de reais. Além disso, as despesas operacionais dispararam 52,3 por cento, para 165,8 milhões de reais, em meio a novas contratações de pessoal e gastos maiores com marketing.
De todo modo, a ação da companhia tinha o melhor desempenho do Ibovespa, com alta de 1,85 por cento, a 46,35 reais, às 15h31. No mesmo instante, o principal índice da bolsa paulista recuava 1,75 por cento.
"Apesar da queda dos resultados apresentados, a Cielo apresentou um bom resultado neste trimestre", considerou a Concórdia Corretora, em relatório, embora tenha reduzido sua recomendação para as ações de "compra" para "manutenção".
PREVISÕES De acordo com Dias, o ritmo de expansão das operações da companhia deve diminuir no último trimestre, período tradicionalmente mais forte para o setor devido às compras de final de ano.
"Vemos sinais de desaceleração da economia e pode desacelerar ainda mais", disse o executivo, referindo-se aos efeitos da crise europeia sobre o país.
Além disso, Dias previu que a provável chegada de novos competidores no setor de meios de pagamento eletrônico no Brasil em 2012 deve manter elevadas as despesas da companhia, com itens como marketing, desenvolvimento de novos produtos, além de menos receita devido a programas de fidelização.
"O aumento de despesas se faz necessário no atual cenário", disse.