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Sinais de retomada: lucro de empresas listadas sobe pelo 5º trimestre

Entre julho e setembro, o lucro líquido de 304 empresas somou R$53,58 bilhões

B3: lucro das companhias com ações negociadas na Bolsa cresceu pelo quinto trimestre seguido (Paulo Whitaker/Reuters)

B3: lucro das companhias com ações negociadas na Bolsa cresceu pelo quinto trimestre seguido (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de novembro de 2018 às 11h32.

Última atualização em 19 de novembro de 2018 às 12h07.

São Paulo - O lucro das companhias com ações negociadas na Bolsa cresceu pelo quinto trimestre seguido, confirmando a trajetória de recuperação da economia. Entre julho e setembro, o lucro líquido de 304 empresas somou R$ 53,58 bilhões, avanço de 25,7% em relação ao mesmo período de 2017.

Os dados fazem parte de um levantamento da Economatica, empresa especializada em informações financeiras. O crescimento foi puxado pelas estatais. Juntas, cinco empresas públicas lucraram R$ 10,1 bilhões, quase o dobro do alcançado no mesmo trimestre do ano anterior.

"As estatais responderam pelo crescimento de quase dez pontos porcentuais do lucro no período", explica Einar Rivero, gerente de Relacionamento Institucional da consultoria e responsável pelo estudo. Excluídas as estatais, os ganhos de 299 empresas privadas cresceram 16,13%.

O maior destaque ficou por conta da Petrobras, que viu seu lucro líquido saltar de R$ 266 milhões, no terceiro trimestre de 2017, para R$ 6,64 bilhões, entre julho e setembro deste ano.

A desvalorização do real em relação ao dólar e a recuperação do preço do petróleo, que chegou a bater US$ 80 no período, explicam o desempenho da petroleira, segundo o economista Fabio Silveira, sócio da MacroSector. "Os preços dos combustíveis em reais estão alinhados com as cotações internacionais e subiram mais que os custos, garantindo lucros bastante expressivos à Petrobras."

Setores

O estudo mostra também o lucro por setor. Dos 26 setores avaliados, 12 registraram aumentos, 12 tiveram queda, e dois, prejuízo (construção e minerais não metálicos). Em valor, os bancos lideraram o ranking setorial. Dezoito instituições somaram lucro líquido de R$ 18,90 bilhões, cifra 30% maior do que a obtida no terceiro trimestre de 2017. Em seguida está o setor de petróleo e gás. Nove empresas totalizaram lucro de R$ 8,50 bilhões, crescimento de 237%.

Bruno Lavieri, economista da consultoria 4E, diz que o setor financeiro é muito grande em relação aos demais e, por isso, se destaca. Além disso, na crise, os bancos foram rápidos no ajuste. "Limitaram empréstimos, reduziram as perdas e, agora, os resultados já antecipam o novo ciclo de crescimento."

A maior taxa de avanço anual nos ganhos, no entanto, ficou com o comércio. O lucro de 18 companhias do setor atingiu R$ 1,33 bilhão, alta de quase 500%. Para Silveira, o setor está indo bem por causa da queda dos juros e da recuperação da massa de salários, fatores que acabaram impulsionando o consumo.

Queda

Os destaques negativos foram energia elétrica e mineração. O ganho das 35 empresas de energia encolheu 31,4%. Gigante do setor, a Eletrobras teve prejuízo de R$ 1,62 bilhão e liderou a lista das empresas com maiores rombos no período. Apesar de o preço em reais da energia elétrica ter subido neste ano, o aumento foi insuficiente para cobrir o endividamento em moeda estrangeira da empresa, explica Silveira.

As quatro empresas do setor de mineração tiveram queda de quase 20% nos ganhos. Só o lucro da Vale recuou R$ 1,39 bilhão no período.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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