Telefônica Brasil (Telefônica/Divulgação)
Reuters
Publicado em 25 de outubro de 2017 às 07h44.
Última atualização em 25 de outubro de 2017 às 13h45.
São Paulo - O lucro líquido da Telefônica Brasil, subiu 28,3 por cento no terceiro trimestre, auxiliado por um forte controle de custos e aumento das receitas por cliente nos serviços móveis.
O lucro líquido da empresa que opera sob a marca Vivo subiu para 1,223 bilhão de reais no terceiro trimestre, superando as estimativas em pesquisa Reuters com analistas de um lucro de 1,177 bilhão de reais.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subiu 7,8 por cento, para 3,677 bilhões de reais, na comparação anual, praticamente em linha com as estimativas de 3,66 bilhões de reais. Em relação ao segundo trimestre deste ano, o Ebitda cresceu 4,2 por cento.
Com isso, a margem Ebitda subiu para 33,8 por cento no terceiro trimestre, ante 31,9 por cento no mesmo período do ano passado e 33 por cento no segundo trimestre.
O desempenho da empresa em grande parte reflete uma ênfase no crescimento do pós-pago e outros serviços mais caros para impulsionar o lucro, após mais de dois anos de recessão econômica.
A receita operacional líquida de serviços cresceu 2,4 por cento na comparação anual, para 10,6 bilhões de reais, puxada principalmente pelo aumento de 3,7 por cento na receita operacional líquida móvel.
O melhor desempenho da receita operacional foi impulsionado pela "evolução crescente da receita de dados e serviços digitais, sendo parcialmente compensada pela menor receita de voz..., além da menor receita de venda de aparelhos", disse a empresa.
A maior empresa de telecomunicações do Brasil em número de clientes disse que a receita média por usuário de serviços móveis, ou o ARPU móvel, aumentou 2,1 por cento em relação ao ano anterior, impulsionado pelo desempenho do ARPU de dados, que cresceu 26,3 por cento na comparação anual.
"O pós-pago continua se destacando, crescendo 9,7 por cento na comparação anual, com 35.664 mil acessos, representando 47,8 por cento da base de acessos móveis, um incremento de 3,6 pontos percentuais no comparativo anual", disse a empresa.
Já as conexões pré-pagas caíram 5,1 por cento na mesma comparação.
O resultado financeiro líquido ficou negativo em 170,5 milhões de reais, ante resultado também negativo de 296,3 milhões no mesmo período do ano passado. A melhora ocorreu, segundo a empresa, devido a um menor endividamento líquido médio e à queda das taxas de juros no período.
Já os custos operacionais caíram 1 por cento, para 7,21 bilhões de reais.
O presidente-executivo da Telefônica Brasil, Eduardo Navarro, disse a jornalistas que os esforços para controlar os custos se centrarão na transição para os serviços digitais. A Vivo está particularmente focada na redução de custos associados às faturas, call centers e dispositivos de recarga, acrescentou.
O investimento da empresa subiu para 2,188 bilhões de reais, ante 1,82 bilhão no trimestre anterior.
Navarro disse que a empresa está mantendo seu objetivo de investimento de 8 bilhões de reais em 2017, o que implica investimentos de 2,7 bilhões de reais no quarto trimestre, já que a Vivo continua expandindo suas conexões de fibra óptica para residências e a rede móvel de quarta geração.
Em teleconferência com analistas, o presidente da Telefônica Brasil comentou que a companhia está preocupada sobre a possibilidade de companhias estatais estrangeiras que não têm preocupações em retorno a seus acionistas ingressarem no mercado brasileiro de telecomunicações. O comentário foi feito em resposta a questionamento de analista sobre a possibilidade da operadora China Telecom participar do plano de injeção de capital na Oi, que está em recuperação judicial.
As ações da Telefônica Brasil exibiam queda de 0,7 por cento às 13:18, enquanto o Ibovespa mostrava desvalorização de 0,6 por cento.