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Lucro da Taesa cresce 260% no 2° tri por correção monetária em contratos

A transmissora de energia fechou o segundo trimestre com um robusto caixa de 832,9 milhões de reais

Taesa: diretor financeiro diz que a empresa pretende aproveitar seu poder de fogo para disputar um leilão em que a estatal Eletrobras pretende vender fatias em ativos de transmissão (Paulo Whitaker/Reuters)

Taesa: diretor financeiro diz que a empresa pretende aproveitar seu poder de fogo para disputar um leilão em que a estatal Eletrobras pretende vender fatias em ativos de transmissão (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de agosto de 2018 às 11h06.

Última atualização em 7 de agosto de 2018 às 11h08.

São Paulo - A transmissora de energia Taesa, controlada pela elétrica mineira Cemig e pela colombiana Isa, registrou lucro líquido de 259,3 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 260 por cento na comparação anual, influenciado pela correção monetária nos contratos de concessão da companhia, segundo balanço publicado na noite de segunda-feira.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de 271,4 milhões de reais, alta de cerca de 137 por cento frente aos 114,5 milhões no mesmo trimestre do ano anterior.

A transmissora tem boa parte das receitas atrelada ao índice de inflação IGP-M, que teve alta de 2,6 por cento no segundo trimestre, contra uma deflação de 2 por cento no mesmo período do ano anterior.

O diretor financeiro da Taesa, Marcus Aucélio, disse que essa diferença de correção monetária de um ano para o outro representou ganho de 192,1 milhões de reais.

A transmissora de energia fechou o segundo trimestre com um robusto caixa de 832,9 milhões de reais.

O caixa elevado também ajudou a empresa a reduzir a alavancagem na comparação anual e fechar o trimestre com uma relação entre Ebitda e dívida líquida de 1,4 vez, contra 1,7 vez no segundo trimestre de 2017.

"A companhia é muito geradora de caixa", disse Aucélio, que também destacou o espaço que a companhia tem para crescer devido à baixa relação entre geração de caixa e dívida líquida.

Segundo o diretor financeiro, a alavancagem poderia chegar a até 4 vezes sem que a Taesa perca a atual avaliação de crédito favorável pelas agências de risco - uma última emissão de debêntures da companhia recebeu rating 'Ba1/Aaa.br' da Moody's.

"Ainda assim manteria o 'triplo A'... tem bastante espaço", disse Aucélio.

Com os resultados, o Conselho de Administração da Taesa aprovou uma distribuição adicional de 164,3 milhões de reais aos acionistas a título de dividendos (91,8 milhões de reais) e juros sobre o capital próprio.

Expansão

O diretor financeiro da Taesa disse que a empresa pretende aproveitar seu poder de fogo dado pela forte geração de caixa e baixo endividamento para disputar um leilão em que a estatal Eletrobras pretende vender fatias em ativos de transmissão, estimado para setembro.

A Taesa já é sócia da Eletrobras em cinco dos empreendimentos no qual a estatal quer vender participações, o que garante a ela um direito de preferência.

"O principal no radar é a Eletrobras", afirmou Aucélio, que destacou também um apetite da companhia por novos projetos que devem ser oferecidos em leilões do governo federal.

Na última licitação de transmissão, no final de junho, a Taesa não arrematou nenhum empreendimento, em meio a um certame com forte disputa, em que os deságios frente à receita máxima definida para os projetos chegou a ultrapassar 70 por cento.

"A gente vai continuar participando de leilão, mas dentro daquela nossa disciplina financeira... quando você pega os deságios (do último leilão) e coloca em nosso modelo, não dá o retorno que nossos acionistas desejam. Mas a gente acredita que podemos, sim, ganhar alguma coisa no próximo leilão", afirmou.

Segundo o diretor, muitas transmissoras reduzem o apetite após arrematar grandes empreendimentos nas licitações públicas, o que poderá reduzir um pouco a agressividade em um próximo leilão, previsto para a reta final deste ano.

 

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