Refinaria da Petrobras: balanço continua a ser pressionado pela diferença entre preços de venda no Brasil e custo de importação dos combustíveis (EXAME/Arquivo)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2013 às 18h56.
São Paulo - Pressionada pela decisão de não reajustar o preço dos combustíveis no mercado brasileiro, a Petrobras encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 3,395 bilhões, uma queda de 39% em relação ao lucro de R$ 5,567 bilhões no mesmo período do ano passado.
A estatal divulgou o balanço na noite desta sexta-feira, 25. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o resultado representa queda de 45,3%.
O Ebitda, indicador que dimensiona a capacidade de geração de caixa da companhia, totalizou R$ 13,091 bilhões, queda de 8,9% sobre o terceiro trimestre de 2012.
Já a receita líquida atingiu o patamar recorde de R$ 77,7 bilhões, superando a marca de R$ 73,793 bilhões do terceiro trimestre de 2012.
A expansão de 5,3% na receita trimestral é explicada principalmente pelos reajustes de combustíveis da Petrobras entre 2012 e o início deste ano. O dólar mais valorizado também impulsiona a receita da estatal com a exportação de petróleo.
Embora a Petrobras tenha aplicado uma série de reajustes na gasolina e no diesel no período, o balanço continua a ser pressionado pela diferença entre os preços de venda no Brasil e o custo de importação dos combustíveis.
O tema tem sido discutido pela diretoria da Petrobras e o governo brasileiro, controlador da petrolífera, mas ainda não há definição sobre quando e se um novo reajuste será anunciado.
O spread entre os preços praticados no mercado internacional e os valores adotados localmente pela Petrobras, que já superaram os 20%, caíram fortemente após os reajustes de mais de 20% no caso do diesel e de quase 15% na gasolina entre 2012 e 2013.
A partir de maio passado, porém, a forte valorização do dólar em relação ao real voltou a aumentar o déficit da Petrobras com essa operação. Em setembro, segundo cálculos da GO Associados, a diferença na gasolina do tipo A era de 17%. No diesel, o spread alcançou 12%.