Os analistas acreditam na queda do lucro da Petrobras (Felipe Dana/EXAME)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2012 às 15h09.
O lucro líquido da Petrobras deverá apresentar queda de 13,3 por cento no quarto trimestre de 2011, frente o resultado do mesmo período de 2010, segundo pesquisa da Reuters feita com dez analistas que acompanham a estatal. A queda é reflexo do lento crescimento da produção de petróleo e do avanço significativo das importações de combustíveis, que anulam parte dos benefícios do aumento de mais de 50 por cento dos preços do petróleo Brent e da redução dos custos operacionais da companhia
. A estimativa média dos analistas consultados aponta um lucro de 9,2 bilhões de reais no trimestre, contra ganhos de 10,6 bilhões de reais no mesmo período de 2010. A empresa divulgará o balanço na quinta-feira, após o fechamento do mercado. Mas o lucro líquido seria 46 por cento maior que os 6,3 bilhões de reais verificados entre julho e setembro, fruto da queda do real ante o dólar no último trimestre, impulsionando as receitas e diminuindo os custos de extração, segundo os analistas
. A nomeação de Maria das Graças Foster como a nova presidente da Petrobras, a ser apreciada na quinta-feira pelo Conselho de Administração da companhia na mesma reunião que irá aprovar os resultados da estatal, deverá ofuscar os números da empresa, disse Caio Carvalhal, analista da JP Morgan Securities, em relatório. Analistas também procuram pistas sobre os investimentos da Petrobras no trimestre, que alguns esperam que chegue a 21 bilhões de reais (12 bilhões de dólares), valor semelhante ao do o terceiro trimestre.
As ações da Petrobras caíram 18 por cento no ano passado com a estagnação da produção de petróleo e o aumento da influência do Estado sobre as decisões da companhia, na opinião de analistas. As metas de produção em 2011 não foram atingidas pelo segundo ano consecutivo, o que decepcionou os investidores. Apesar de um plano de investimento de 225 bilhões de dólares em cinco anos, um dos maiores do mundo, a produção de petróleo pela Petrobras no mês de dezembro foi inferior à de 2010.
"A Petrobras precisa crescer a sua produção em um ritmo mais rápido", disse Luiz Otávio Broad, analista de petróleo e gás com a Ágora Corretora, do Rio de Janeiro. "Este ano é improvável que seja muito melhor, mas a empresa deve ter uma guinada em 2013."
As vendas líquidas, ou vendas totais menos impostos, deverão subir 23,5 por cento, atingindo uma estimativa média de 67,22 bilhões de reais contra 54,4 bilhões de reais um ano antes, segundo a pesquisa.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, medida de análise de geração de caixa da empresa, conhecida como Ebitda, deverá crescer 15,6 por cento, para 16,85 bilhões de reais, na comparação anual, revelou a pesquisa. Em comparação com o trimestre anterior, o Ebtida terá leve aumento de 1,1 por cento. A queda de 2,8 por cento do real em relação ao dólar no trimestre aumentou os custos da dívida, mas foi compensado por um salto da receita das vendas em dólares do petróleo.
Em 2011 o aumento da produção foi limitado por paradas para manutenção das plataformas da bacia de Campos, responsável por mais de três quartos da produção de petróleo da companhia, e pelo declínio da extração dos campos maduros. As paradas e os trabalhos de reparação, que vieram na esteira de mais exigências na segurança para o trabalhador e reclamações ambientais, devem continuar neste ano, embora em um ritmo mais lento, Broad acrescentou.
Por volta das 15h28, as ações da Petrobras operavam estáveis enquanto o Ibovespa caía 0,17 por cento, e o petróleo Brent era negociado em alta de 0,3 por cento