Equipe da MRV em ação: a receita líquida, enquanto isso, subiu 8,4 por cento sobre igual etapa do ano passado, para 1,145 bilhão de reais (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2012 às 18h55.
São Paulo - A MRV Engenharia começou a apresentar no terceiro trimestre certa recuperação ante o cenário mais difícil no primeiro semestre, mas sofreu uma queda anual de 27,8 por cento no lucro do terceiro trimestre.
A construtora e incorporadora mineira teve lucro líquido de 151 milhões de reais entre julho e setembro, perto da média de previsões de cinco analistas, de ganho de 157,8 milhões de reais no período.
Já na comparação com o segundo trimestre deste ano, houve alta de 3,6 por cento.
"A consistência da operação levou à melhora de rentabilidade e margens contra os trimestres anteriores", disse à Reuters o vice-presidente financeiro da MRV, Leonardo Corrêa, atribuindo o recuo anual a maiores despesas gerais e administrativas e ao fato da empresa ser mais alavancada hoje, resultando em carga de juros maior.
Ele citou ainda que a greve do setor bancário em setembro resultou em menos contratos assinados e, portanto, menor volume de recebimentos.
A greve também fez com que a companhia deixasse de ter geração de caixa positivo, o que deve ocorrer no quarto trimestre, conforme Corrêa. Pelo segundo trimestre consecutivo, a geração de caixa foi neutra no segmento residencial.
Nos três meses até setembro, o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou 238 milhões de reais, queda de 21,1 por cento ano a ano, com a margem caindo de 28,5 para 20,8 por cento. Analistas estimavam Ebitda de 243,7 milhões para a empresa.
A receita líquida, enquanto isso, subiu 8,4 por cento sobre igual etapa do ano passado, para 1,145 bilhão de reais.
A MRV já havia divulgado vendas contratadas de 1,027 bilhão de reais para o terceiro trimestre, queda de 5 por cento sobre um ano antes, mas crescimento de 9 por cento em relação ao período anterior.
A empresa acumulou vendas de 2,784 bilhões de reais nos nove primeiros meses do ano, 3,4 por cento menores ao mesmo período de 2011 e equivalentes a pouco mais da metade do ponto médio da projeção da companhia para 2012, de vender entre 4,5 bilhões e 5,5 bilhões de reais.
Com isso, a companhia tem o desafio de vender 1,7 bilhão de reais nos três últimos meses do ano, a fim de cumprir o piso da estimativa traçada, ou o equivalente a quase 43 por cento do mínimo da meta anual.
"Não alteramos o 'guidance', apesar de acreditar que é um desafio grande atingi-lo... mas vamos até o final", afirmou Corrêa.
Segundo ele, a MRV está mais otimista com o desempenho do atual trimestre, que deve ser favorecido principalmente pelas mudanças no programa "Minha Casa, Minha Vida", aprovadas em outubro, que incluíram aumento dos limites de preços das unidades, redução de juros e elevação do subsídio máximo.
"Essas mudanças são muito importantes para dar continuidade ao processo de melhora (das operações)", disse o executivo. Com os ajustes, a MRV passou a ter mais projetos elegíveis ao programa.
A empresa também tem o desafio de cumprir a projeção traçada para margem Ebitda no fechado de 2012, de entre 24 e 28 por cento. Até setembro, a margem está acumulada em 19,6 por cento.