Negócios

Lucro da Cosan cai 91% no 3º trimestre; moagem de cana da Raízen recua 14%

Companhia afirmou que o resultado no período foi afetado pelos efeitos remanescentes da greve dos caminhoneiros

Cosan: lucro de R$ 43,9 milhões entre julho e setembro, porém, foi melhor que o prejuízo líquido de R$ 64,3 milhões no 2º trimestre deste ano (Arquivo/Exame)

Cosan: lucro de R$ 43,9 milhões entre julho e setembro, porém, foi melhor que o prejuízo líquido de R$ 64,3 milhões no 2º trimestre deste ano (Arquivo/Exame)

R

Reuters

Publicado em 7 de novembro de 2018 às 20h01.

São Paulo - O lucro líquido da Cosan, conglomerado brasileiro de energia e logística, caiu 91,2 por cento no terceiro trimestre ante igual período do ano passado, ainda sentindo reflexos dos protestos dos caminhoneiros e também impactado pela volatilidade cambial.

A companhia lucrou 43,9 milhões de reais entre julho e setembro, contra 499,7 milhões em igual momento de 2017. O resultado, contudo, foi melhor frente o prejuízo líquido de 64,3 milhões de reais observado no segundo trimestre deste ano.

"Tivemos um trimestre com bastante adversidade, por causa dos efeitos remanescentes da greve dos caminhoneiros", afirmou o gerente-executivo de Relações com Investidores da Cosan, Phillipe Casale. Para exemplificar essas "adversidades", ele citou a "incerteza" inicial envolvendo a subvenção ao diesel e a própria oscilação do dólar ante o real por causa das eleições.

Para o trimestre vigente, a tendência é que esses problemas não se repitam. "O mercado já se acomodou. O próprio terceiro trimestre já foi mostrando uma melhora", disse.

A geração de caixa da Cosan medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda ajustado) diminuiu 25,4 por cento, para 1,2 bilhão de reais, no terceiro trimestre. A receita líquida foi 19,3 por cento maior no período, totalizando 15,4 bilhões de reais, enquanto a alavancagem fechou o trimestre em 2 vezes, ante 2,1 vezes um ano antes.

Segmentos

Por unidade de negócio, a Raízen Combustíveis, joint venture da Cosan com a Shell para distribuição de combustíveis, registrou Ebitda ajustado de 683 milhões de reais no terceiro trimestre, queda de 24 por cento na comparação anual, sentindo não só o rescaldo da greve dos caminhoneiros, como também uma demanda mais fraca de ciclo Otto (gasolina e etanol). Embora o volume de vendas tenha crescido 1,5 por cento, puxado por diesel e combustível de aviação, o total negociado de produtos do ciclo Otto recuou 3 por cento.

Na Raízen Energia, maior grupo sucroenergético do mundo e também joint venture da Cosan com a Shell, o Ebitda ajustado caiu 54 por cento no trimestre, para 641 milhões de reais, diante do carrego de estoques para comercialização futura.

As usinas da Raízen Energia processaram 24,3 milhões de toneladas de cana no trimestre encerrado em setembro, 14 por cento menos na comparação anual em razão de mais dias de chuvas, que atrapalham a colheita. A empresa maximizou a produção de etanol, para níveis recordes, destinando 51 por da matéria-prima para a fabricação do biocombustível, ante 43 por cento um ano antes.

Por fim, a Comgás teve Ebitda normalizado de 546 milhões de reais no trimestre (+14 por cento) e a Moove, de lubrificantes, Ebitda 34 por cento maior, a 60 milhões de reais.

Acompanhe tudo sobre:CaminhoneirosCombustíveisCosanEnergiaGeração de energia

Mais de Negócios

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'

Martha Stewart diz que aprendeu a negociar contratos com Snoop Dogg

COP29: Lojas Renner S.A. apresenta caminhos para uma moda mais sustentável em conferência da ONU