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Lucro da Cia Hering cresce 4,3% no 2º trimestre

Apesar do bom resultado, volatilidade do câmbio e incertezas macroeconômicas deixam a companhia cautelosa no segundo semestre


	Fábrica da Hering em Blumenau: companhia teve um aumento de 13,8% da receita líquida, a R$ 435,7 milhões, mesmo num cenário de inflação alta e juros e dólar em elevação
 (Germano Lüders/EXAME)

Fábrica da Hering em Blumenau: companhia teve um aumento de 13,8% da receita líquida, a R$ 435,7 milhões, mesmo num cenário de inflação alta e juros e dólar em elevação (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2013 às 22h01.

Rio de Janeiro - As vendas da fabricante de têxteis Cia Hering avançaram dois dígitos no segundo trimestre e o lucro teve leve alta no período, mas a volatilidade do câmbio e incertezas macroeconômicas deixam a companhia cautelosa no segundo semestre.

A empresa anunciou nesta quarta-feira que teve lucro líquido de 88,8 milhões de reais de abril a junho, alta de 4,3 por cento ante mesma etapa de 2012. No período, a Hering teve um aumento de 13,8 por cento da receita líquida, a 435,7 milhões de reais, mesmo num cenário de inflação alta e juros e dólar em elevação.

"No terceiro trimestre, a gente espera uma desaceleração nas vendas da companhia", disse à Reuters o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da companhia, Frederico Oldani, acrescentando que o cenário não é de crise.

Segundo ele, ainda é difícil mensurar como será o quarto trimestre.

Além do Dia das Mães, o calendário do segundo trimestre inclui o Dias do Namorados, duas das datas mais importantes para o comércio de têxteis no ano. As vendas brutas, que totalizaram 521,2 milhões de reais, registraram crescimento nas marcas Hering, Hering Kids e PUC.

Com isso, o resultado operacional pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) somou 116,7 milhões de reais no período, alta anual de 6 por cento.

A marca Hering, que representa mais da metade das vendas brutas, teve um bom desempenho a partir da introdução da coleção de outono nas lojas no final de fevereiro, o que continuou na primeira metade do segundo trimestre.

No entanto, as manifestações populares que tomaram as ruas do país em junho, o clima mais quente e uma menor confiança do consumidor chegaram a pressionar as vendas no trimestre, de acordo com o diretor.


"Após o dia das mães, as vendas no conceito mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses) apresentou desaceleração, o que afetou o desempenho positivo apresentado até então", afirmou a companhia, em relatório. Na rede Hering Store, o indicador caiu 1,2 por cento.

A varejista também afirmou que a recente volatilidade nas movimentações da taxa de câmbio "pode causar algum impacto negativo no segundo semestre, dependendo do nível em que a taxa de câmbio se estabilizar".

Cerca de um terço do custo da Cia Hering sofre impacto do dólar. "É difícil falar qualquer coisa em relação ao câmbio porque ele está muito incerto. Essa volatilidade muito forte prejudica bastante o planejamento. Mas a gente não espera nenhum impacto muito grande no terceiro trimestre", disse Oldani.

"A gente está tentando monitorar o cenário ... para ver se precisa alguma mudança de rumo", disse o executivo.

Entre as possibilidades, ele mencionou mudanças em produtos, preços ou migração de itens importados para produção local. A empresa reafirmou sua meta de abrir 77 lojas Hering Store e 30 lojas Hering Kids no ano.

Nesta quarta-feira, a moeda norte-americana caiu 1,22 por cento, a 2,2270 reais na venda, na terceira sessão consecutiva de fortes oscilações.

A Cia Hering também deu prosseguimento a mudanças em seu projeto de lojas, com início de um projeto piloto de reforma em uma unidade do shopping Ibirapuera, em São Paulo, que vai avaliar possíveis mudanças na rede.

Apesar de acreditar que há espaço para recuperação de margens no segundo semestre, a Hering reiterou que não vê expansão no acumulado de 2013.

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