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Lucro da BRF recua no trimestre por despesas não recorrentes

Maior exportadora global de carne frango teve lucro de 315 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano


	Consumidor passa por geladeira com produtos da Sadia, da BRF Brasil Foods: lucro foi o menor que o esperado por analistas
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Consumidor passa por geladeira com produtos da Sadia, da BRF Brasil Foods: lucro foi o menor que o esperado por analistas (Adriano Machado/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2014 às 21h56.

São Paulo - A BRF, maior exportadora global de carne frango, teve lucro de 315 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, queda de 12 por cento ante um atrás e abaixo da expectativa do mercado, impactado por despesas operacionais não recorrentes do plano de reestruturação em curso na empresa, informou a companhia nesta terça-feira.

As despesas operacionais no período cresceram quase 10 por cento ante igual período do ano passado, para 1,21 bilhão de reais. Já as despesas financeiras líquidas somaram 196,5 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 93 por cento ante igual período de 2013, por conta do aumento de juros pagos sobre empréstimos, custos com fixação de preços de grãos e variação cambial sobre investimentos no exterior.

"Tal resultado foi em decorrência do aumento das despesas operacionais, principalmente em marketing e trade marketing, outras despesas operacionais advindas do plano de reestruturação e do aumento das (despesas) financeiras liquidas em comparação ao mesmo período do ano anterior", disse a empresa em comunicado.

A reestruturação da companhia visa simplificar a área operacional internamente e reorganizar sua estrutura internacional, na tentativa de reforçar a participação da empresa em segmentos de maior valor agregado.

A receita líquida no período somou 7,3 bilhões de reais, 1,8 por cento maior ante o primeiro trimestre de 2013.

O crescimento ocorreu em meio a "um ambiente de consumo mais desafiador no mercado interno, e de volumes menores no mercado externo seguindo a nossa estratégia de diminuir volumes em mercados selecionados", acrescentou a empresa.

O volume total de vendas do período recuou 7,4 por cento para 1,3 milhão de toneladas, puxado principalmente pelo mercado externo.


A expectativa do mercado apontava para um lucro líquido de 332 milhões de reais, com analistas citando volume de vendas menor para o mercado externo.

As vendas externas totais da BRF recuaram 11 por cento, para 535 mil toneladas. A receita com as exportações, porém, teve pequeno recuo de 1 por cento, para 3,067 bilhões de reais.

A BRF disse que a desvalorização do real ante o dólar no primeiro trimestre ante igual período do ano passado levou a um incremento de 11,5 por cento nos preços em reais das exportações, o que contribuiu para manter a receita praticamente estável, apesar dos volumes menores.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), importante indicador operacional, atingiu 860,8 milhões de reais, 7,1 por cento acima do mesmo trimestre do ano passado.

A margem Ebitda subiu para 11,7 por cento no trimestre, versus 11,1 por cento no ano anterior.

A empresa destacou que a geração de fluxo de caixa livre no trimestre somou 1,1 bilhão de reais, contra 578,2 bilhões de reais no último trimestre de 2013, graças a mudanças operacionais em curso e à otimização dos investimentos e do capital de giro.

A empresa cortou os investimentos no trimestre em 46,1 por cento, para 335,8 milhões de reais, incluindo 120,1 milhões de reais em ativos biológicos.

"Estes valores estão em linha com o guidance de 1,5 bilhão de reais de investimentos e serão faseados ao longo do ano." Os investimentos serão voltados para automação, logística e sistemas (TI), tirando o foco no aumento de capacidade produtiva, acrescentou.

Texto atualizado com mais informações às 21h56min do mesmo dia.

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