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Lucro da CCR cai 14% para R$ 156,2 mi no 2º trimestre

São Paulo - O lucro líquido do grupo CCR caiu 14,1% no segundo trimestre deste ano ante o mesmo período de 2009, para R$ 156,2 milhões. De acordo com o diretor-financeiro e de Relações com Investidores da concessionária, Arthur Piotto Filho, a redução se deve a custos operacionais e administrativos maiores, bem como ao crescimento […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

São Paulo - O lucro líquido do grupo CCR caiu 14,1% no segundo trimestre deste ano ante o mesmo período de 2009, para R$ 156,2 milhões. De acordo com o diretor-financeiro e de Relações com Investidores da concessionária, Arthur Piotto Filho, a redução se deve a custos operacionais e administrativos maiores, bem como ao crescimento das despesas financeiras no período.

A receita líquida, de R$ 899,7 milhões no segundo trimestre, subiu 22,1% ante intervalo correspondente de 2009. O resultado operacional expresso pelo Ebit atingiu R$ 415,7 milhões, alta de 18,1%, com margem de 46,2%, queda de 1,6 ponto porcentual ante abril-junho de 2009.

A geração de caixa medida pelo Ebitda, R$ 554,8 milhões, apresentou 18,9% de alta. Mas a margem, de 61,7% no segundo trimestre, caiu 1,6 ponto porcentual sobre igual intervalo de 2009.

Em entrevista à Agência Estado, o diretor da CCR disse esperar que a margem Ebitda da companhia se recupere e feche o ano entre 63% e 64%. "No terceiro trimestre já teremos recuperação da margem Ebitda", destacou. Ele afirmou que a CCR arcou com diversos custos pontuais entre abril e junho. Os custos e despesas operacionais subiram mais do que a receita líquida, à razão de 25,8%, para R$ 484,1 milhões. "Isso contraiu as margens, tanto a operacional quanto a Ebitda."

Houve mais despesas com depreciação e amortização, além de gastos maiores com pessoal, por conta do dissídio anual. Além disso, a empresa teve de contratar mais funcionários para a Linha 4 do metrô de São Paulo, que entrou em operação em junho.

Despesas mais elevadas com manutenção de pavimento na rodovia Presidente Dutra também deram contribuição à linha de custos. "Esse trimestre não é dos mais favoráveis em termos de custos e fica descasado com o aumento de tarifas, que ocorre geralmente na segundo semestre", ponderou.

O lucro mais baixo também é justificado pelo resultado financeiro, que saiu de uma despesa R$ 66 milhões no segundo trimestre de 2009 para R$ 146,5 milhões neste último balanço - uma diferença de R$ 80,5 milhões.

Este movimento, segundo Piotto Filho, é explicado pelo maior dispêndio com juros, uma vez que a dívida bruta da empresa subiu R$ 1,44 bilhão entre os segundos trimestres, para R$ 5,374 bilhões no final de junho. O desembolso com juros e variação monetária, que era de R$ 103 milhões, subiu a R$ 139,7 milhões.

"Em agosto de 2009 emitimos dívida indexada à inflação e estes índices também subiram muito", complementou. Além disso, foram lançadas despesas de R$ 14,7 milhões com variação cambial, contra uma receita de R$ 42 milhões no segundo trimestre do ano passado. Vale notar que a dívida líquida da CCR passou de R$ 3,067 bilhões em junho de 2009 para R$ 3,456 bilhões um ano depois.

Em virtude do que o diretor-financeiro e de RI chamou de "volatilidade no lucro", a CCR colocou em seu balanço números "pro forma" para expurgar as despesas que considera extraordinárias. Por este critério, o lucro líquido saiu de R$ 181,9 milhões para R$ 183 milhões no segundo trimestre, com discreta alta de 0,6%.


Semestre

No primeiro semestre, o lucro líquido da CCR caiu 13,7%, para R$ 291,7 milhões. A receita líquida, de R$ 1,737 bilhão, subiu 19,6%. O Ebit somou R$ 820,6 milhões no acumulado do ano, o que traduz um avanço de 17,6%. A margem Ebit, de 47,2% no semestre, caiu 0,8 ponto. O Ebitda, por sua vez, subiu 18,8%, para R$ 1,094 bilhão. A margem Ebitda nesses seis meses atingiu 63,0% (-0,4 ponto porcentual de baixa).

Tráfego

A CCR registrou crescimento de 22,8% no tráfego de veículos no segundo trimestre, comparativamente a intervalo idêntico de 2009. O movimento de veículos de passeio subiu 4,9%, enquanto o de comerciais aumentou em 18,1%.

"Seguimos confiantes com as perspectivas futuras, em virtude do cenário econômico cada vez mais favorável e da expectativa de novas oportunidades de crescimento especialmente em função da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, sempre priorizando a disciplina de capital, o crescimento qualificado e a criação de valor para a empresa e seus acionistas", afirmou, em nota, o presidente do grupo CCR, Renato Vale. A arrecadação por meio do sistema eletrônico de pagamento Sem Parar/Via Fácil cresceu 31,9% no trimestre.

No segundo trimestre de 2010, os investimentos do grupo somaram R$ 310,8 milhões, com destaque para a concessionária ViaQuatro, que investiu R$ 70,1 milhões em trens e sistemas para o início da operação da Linha 4-Amarela do metrô de São Paulo.

Dividendos

A administração da CCR propôs a distribuição de dividendos no valor de R$ 1,25 por ação, como antecipação do exercício de 2010, totalizando R$ 551,7 milhões.

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