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Longping vê expansão do milho no Brasil e mira mercado de sementes

Empresa chinesa vai construir fábricas de sementes em 2019 para elevar sua capacidade de produção e aumentar para 30% sua participação no mercado nacional

Milho: Longping quer construir centros de pesquisa para melhorar suas sementes de milho e para desenvolver sementes de soja e sorgo (Sean Gallup/Getty Images)

Milho: Longping quer construir centros de pesquisa para melhorar suas sementes de milho e para desenvolver sementes de soja e sorgo (Sean Gallup/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 29 de maio de 2018 às 19h43.

Campinas - A empresa Longping High-Tech Agriculture, controlada pelo conglomerado chinês CITIC Group, vê o Brasil expandindo a produção de milho em até 5 por cento por ano nos próximos anos e está investindo fortemente para conseguir um terço do mercado local de sementes de milho.

A Longping, que comprou o seu negócio de sementes de milho da DowDuPont no Brasil por 1,1 bilhão de dólares, trouxe nesta semana 400 pessoas, incluindo sócios, distribuidores e executivos das maiores cooperativas brasileiras, para um resort de luxo em Campinas, no Estado de São Paulo, para explicar seus planos para o país.

A empresa disse que começará a construir novas fábricas de sementes no Brasil no ano que vem para aumentar sua capacidade de produção além das suas quatro instalações atuais. O plano é impulsionar sua participação no mercado, avaliado em 15 bilhões de reais, de 15 por cento para 30 por cento em cinco anos.

A companhia disse que um segundo passo natural será entrar no negócio de sementes de soja, que é dominado pela norte-americana Monsanto.

"Você enxerga a oportunidade, faz a avaliação, calcula o retorno... nós temos a mente aberta, e o chefes da CITIC dão muito apoio", disse Kevin Chen, que supervisiona os projetos brasileiros da Longping, à repórteres nesta terça-feira.

Ele não quis revelar estimativas de custos específicas para os projetos da Longping no país, mas disse que capital não é o problema. "Nós colocaríamos nosso peso todo nisso, desde que haja oportunidades", disse.

O chefe de operações na América Latina da Longping, Mozart Fogaça Jr., disse que a empresa não tem dúvidas sobre a expansão contínua da produção de milho e soja no Brasil e possui um plano de longo prazo para se beneficiar disso.

"As novas usinas de etanol impulsionaram a demanda de milho no Centro-Oeste brasileiro. E uma vez que a logística melhorar na direção dos portos do norte, a soja e o milho continuarão a expandir", disse.

Os produtores brasileiros no cinturão agrícola do centro-oeste normalmente plantam soja no verão e milho logo após a colheita da oleaginosa, em um sistema de rotação de safras.

"A soja traz o milho junto. Se a soja expande, o milho segue", disse Fogaça.

Junto com as novas fábricas, a Longping quer construir centros de pesquisa para melhorar suas sementes de milho e para começar a desenvolver novas sementes de soja e sorgo, disseram executivos.

Chen afirmou ainda que a Longping e sua controladora CITIC não estão preocupadas com a atual instabilidade política e econômica no Brasil.

"Estamos aqui para ficar cem anos. Temos confiança que os brasileiros vão descobrir soluções."

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