"Com isso, deixam de circular pelas estradas 30 mil caminhões por mês e se reduzem em 60% as emissões de gases poluentes", disse o diretor-presidente da Cosan (DIVULGACAO)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2012 às 14h04.
São Paulo - A Rumo Logística, empresa do grupo Cosan, prevê investir R$ 400 milhões no próximo ano para concluir o plano de investimentos de R$ 1,4 bilhão, que deve levar à migração do transporte de açúcar para exportação do modal rodoviário para o ferroviário. A intenção é que mais de 11 milhões de toneladas de açúcar e grãos possam ser transportados por ano até 2015.
"Com isso, deixam de circular pelas estradas 30 mil caminhões por mês e se reduzem em 60% as emissões de gases poluentes", disse o diretor-presidente da Cosan, Marcos Lutz. O executivo falou durante a inauguração da primeira fase de um terminal intermodal na cidade de Itirapina (SP), que recebeu R$ 100 milhões em investimentos.
O complexo abriga um armazém com capacidade para 110 mil toneladas, uma tulha ferroviária com capacidade para expedir 44 mil toneladas, e conta também com um ramal ferroviário de 5,6 quilômetros, capaz de suportar 250 vagões e que possibilitará o carregamento com a composição em movimento.
Até 2015, o terminal deverá receber mais R$ 100 milhões para a construção de mais três armazéns e a expansão da capacidade de carregamento, garantindo movimentação de até 12 milhões de toneladas de açúcar e grãos. O objetivo é tornar o terminal um porto seco, para a exportação direta através do Porto de Santos. Segundo o diretor-presidente da Rumo, Julio Fontana Neto, a ideia é ter 80% do açúcar transportado por meio das ferrovias, acima do que hoje ocorre com o grão de soja (60%). "Mas, à medida que a ferrovia aumenta sua capacidade, a tendência é que outros produtos também aumentem."
Embora a Rumo tenha nascido para atuar com o transporte de açúcar, a empresa tem utilizado sua capacidade ociosa para transportar outros grãos, como soja. O foco dos investimentos da Cosan é infraestrutura e energia. O diretor-presidente Lutz disse que a companhia está atenta aos pacotes de infraestrutura logística que o governo tem anunciado e não descarta a possibilidade de investir mais diretamente em um dos segmentos.
"Estamos esperando o detalhamento dos pacotes, achamos que tem um alinhamento com a nossa direção estratégica. Queremos investir nessa direção e o governo está buscando investidores privados para isso, então acreditamos que tem muito projeto para construir, mas não tem um pronto."
Questionado sobre o volume de investimentos que poderia ser destinado para energia e para infraestrutura, Lutz disse que não há um número definido. "O porcentual será formado pelas oportunidades e capacidade de caixa."
Nada de oferta inicial de ações
Lutz negou que o cenário atual esteja oportuno para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Rumo Logística. "Não vejo como uma boa opção neste momento." Ele citou que a Cosan possui 75% de participação na empresa e os demais investidores têm o direito de pedir a abertura de capital como alternativa para readequação societária.