, a ideia é ter uma participação minoritária, deixando o controle das empresas a cargo dos próprios empreendedores (Locaweb (LWSA3)/Divulgação)
Karina Souza
Publicado em 14 de dezembro de 2021 às 14h58.
Última atualização em 17 de dezembro de 2021 às 11h06.
A Locaweb anunciou recentemente a criação de um fundo de R$ 100 milhões para investir em empresas no formato de Corporate Venture Capital (CVC). O modelo é cada vez mais procurado por empresas para acelerar empreendedores que possam oferecer soluções adequadas ao nicho que atuam – especialmente focando em tecnologia. Para ter uma ideia, o setor movimenta aproximadamente US$ 57 bilhões ao ano, valor que triplicou desde 2017.
No caso da Locaweb, empresa que realizou 13 aquisições desde que abriu o capital na Bolsa, em outubro do ano passado, a iniciativa completa a estratégia de compras da empresa – com um prazo, digamos, um pouco maior. A ideia, com o CVC, é se aproximar de companhias que estejam em uma fase inicial de desenvolvimento e apoiá-las com o dinheiro necessário para provar as teses a que se propõem e ajudá-las a crescer.
Como afirmado pela companhia em fato relevante na última semana, a ideia é ter uma participação minoritária, deixando o controle das empresas a cargo dos próprios empreendedores. Entre os nichos observados, e-commerce e SaaS são alguns dos mais procurados.
“O fundo deve ter uma duração de oito anos, sendo quatro anos de investimento e quatro de desinvestimento. A ideia de criá-lo vem muito de desenvolver empresas para que, no futuro, possam vir a se tornar parte do ecossistema da companhia, como subsidiárias”, diz Henrique Marquezi, gerente de RI da Locaweb, à EXAME. Ainda não há uma previsão de quantas companhias devem entrar para esse programa, segundo o executivo.
A estratégia completa o bom momento pelo que a companhia passa em 2021. No terceiro trimestre, seguindo a trajetória de alta no lucro, a Locaweb reportou R$ 25,6 milhões de reais na última linha do balanço – quase o dobro do valor registrado no mesmo período do ano anterior.
Diante dos bons resultados – mesmo com o Ebitda ligeiramente menor do que em 2020 – há rumores de que a companhia saia da B3 para ir para uma listagem na bolsa americana. A justificativa está, principalmente, na busca por múltiplos maiores no mercado acionário de lá, em que há mais espaço para explorar o apetite do investidor por ações das empresas.