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Locadoras se mobilizam para oferecer carros ao Uber

Localiza e Movida cobram a partir de R$ 1,3 mil por mês para prestadores de serviço do aplicativo

Pessoa com camiseta do Uber usa celular (Shannon Stapleton/Reuters)

Pessoa com camiseta do Uber usa celular (Shannon Stapleton/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2016 às 10h16.

Rio de Janeiro -- Em um período de marasmo para o setor automobilístico, o Uber está, aos poucos, tornando-se um novo nicho de negócio para as principais locadoras de veículos do País.

Diante do acelerado aumento de motoristas autônomos cadastrados no serviço, que tem expansão de cerca de 30% ao mês, duas das principais empresas do setor - a Localiza e a Movida - são apontadas no site do Uber como parceiras do serviço, enquanto a Unidas estendeu ao aplicativo de "caronas" vantagens que antes eram só oferecidas a empresas.

No site direcionado a motoristas cadastrados no serviço, o Uber detalha as condições oferecidas pela Localiza e pela Movida: a partir de R$ 1,3 mil por mês - ou pouco mais de R$ 43 por dia -, os prestadores de serviço do aplicativo podem conseguir um carro para rodar pela cidade.

Segundo apurou o Estado, o movimento das locadoras responde tanto à necessidade de "girar" o setor em um momento de crise quanto à concorrência com investidores pessoa física que compraram vários veículos para alugá-los para uso no Uber, de forma semelhante como ocorre com os táxis.

Embora a Unidas não tenha ainda uma parceria formal com o Uber, o presidente da empresa, Pedro de Almeida, disse que os motoristas já têm vantagens ao alugar veículos. Os preços praticados são semelhantes aos ofertados para pessoas jurídicas que fazem a terceirização de suas frotas com a Unidas.

Almeida afirmou que um carro a ser usado na modalidade Uber X - a mais econômica do serviço - pode ser alugado por cerca de R$ 1,4 mil por mês. Ele ponderou, no entanto, que a quantidade de clientes do Uber locando veículos com a Unidas ainda é pequena. "É um negócio que, se ganhar volume, pode ficar interessante. Seria melhor se eles escolhessem um parceiro apenas, para que o preço pudesse ser reduzido."

Apesar do site do Uber citar a parceria com Movida, do grupo JSL, o presidente da empresa, Renato Franklin, negou que exista uma parceria formal com aplicativo. No entanto, o executivo admitiu que a demanda por aluguel de carros para pessoas físicas tem crescido e que há motoristas do Uber incluídos neste contingente.

"Alugamos carro para quem tem crédito e carteira de habilitação. Durante o procedimento, o cliente explica o motivo. Não temos restrição para esse caso (do Uber)", disse.

Segundo Franklin, se o Uber for oficializado - o serviço ainda sofre uma série de contestações judiciais pelo mundo -, a fatia do serviço nas locações poderá crescer de forma significativa. Hoje, a Movida não tem estatísticas sobre o aluguel específico para o Uber.

Em São Paulo, uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado garantiu que os carros do aplicativo não podem ser apreendidos, mas uma lei para regular o serviço ainda está em fase de elaboração.

Para o Uber, a parceria com as locadoras ajuda a angariar motoristas que querem "testar" a atividade. Segundo fontes ligadas ao Uber, quando um motorista se cadastra, ele tem de informar se pretende locar um veículo, em vez de usar um carro próprio. Caso selecione a opção de aluguel, é direcionado a uma página em que pode consultar as condições de Movida e Localiza.

Após a checagem de antecedentes, o motorista apresenta à locadora o e-mail de ativação de sua conta e tem acesso às condições especiais.

Procurada, a Localiza não retornou; o Uber não comentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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