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LinkedIn se expande na China com site de conteúdo restrito

O objetivo é cumprir regras estatais de censura e expandir-se em um país onde as empresas americanas de tecnologia vêm tendo conflitos com o governo


	Laptop com tela do LinkedIn: a empresa disse que possui mais de quatro milhões de membros na China
 (Divulgação/LinkedIn)

Laptop com tela do LinkedIn: a empresa disse que possui mais de quatro milhões de membros na China (Divulgação/LinkedIn)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 14h58.

São Francisco - A LinkedIn Corp. está criando um site em língua chinesa com parte do conteúdo restrito para cumprir regras estatais de censura e expandir-se em um país onde as empresas americanas de tecnologia vêm tendo conflitos com o governo.

A empresa de rede social profissional com sede em Mountain View, Califórnia, está oferecendo uma nova versão para fornecer um serviço regionalizado após manter por mais de uma década um site em língua inglesa no país asiático, disse Derek Shen, presidente da LinkedIn para a China, ontem, em uma postagem de blog.

A LinkedIn Corp. está criando também uma joint venture com a Sequoia China e a China Broadband Capital para conectar mais de 140 milhões de profissionais chineses, escreveu ele.

A LinkedIn Corp. disse que possui mais de quatro milhões de membros na China, uma das bases de usuário de mais rápido crescimento da empresa. O novo site deixa o LinkedIn mais imerso em um país onde seus pares das redes sociais, como Twitter Inc. e Facebook Inc., estão bloqueados após se recusarem a cumprir as regras de censura do governo.

A Facebook não ampliou as operações na China além da contratação de profissionais terceirizados para ajudar os anunciantes a atingirem pessoas fora do país, disse a porta-voz Debbie Frost.

A Google Inc. entrou em conflito com as autoridades chinesas em 2010 por recusar-se a cumprir exigências locais de censura, levando a empresa a desativar suas ferramentas de busca sem filtros no país e redirecionar os usuários para páginas em Hong Kong.


Transparência

O CEO da LinkedIn Corp., Jeff Weiner, prometeu ser transparente em relação a como a empresa conduz seus negócios na China e disse que “tomará medidas abrangentes” para proteger os dados dos usuários.

“A LinkedIn apoia fortemente a liberdade de expressão e discorda, fundamentalmente, da censura do governo”, disse Weiner em uma postagem no LinkedIn.

“Ao mesmo tempo, nós também acreditamos que a ausência do LinkedIn na China negaria aos profissionais chineses um meio de conectar-se com os demais em nossa plataforma global, limitando assim a capacidade dos cidadãos chineses de buscar e conhecer as oportunidades econômicas, os sonhos e os direitos mais importantes para eles”.

A China é peça-chave da estratégia de crescimento da LinkedIn Corp., disse Weiner em uma teleconferência com investidores, neste mês, após anunciar uma previsão de vendas para o primeiro trimestre que não cumpre as estimativas dos analistas. A China tem uma população de 1,35 bilhão de habitantes, mais de quatro vezes a dos EUA, onde a penetração da internet já é profunda.

A LinkedIn Corp. lucra por meio de anúncios, software para recrutadores e contas premium. A empresa recebeu US$ 36,2 milhões em receita do quarto trimestre, ou 8,1 por cento do total, da região Ásia-Pacífico, um montante superior aos US$ 22,8 milhões do mesmo período do ano anterior.


Oportunidade de expansão

A ausência das empresas de redes sociais americanas na China provocou uma explosão da concorrência de sites genéricos. O Weibo, da Sina Corp., um serviço chinês que opera como o Twitter, tem 60,2 milhões de usuários diários no país e está preparando uma oferta pública inicial.

Não existe, até o momento, uma rede profissional on-line na China, o que abre espaço para a expansão do LinkedIn, segundo Erin Ennis, vice-presidente do Conselho de Negócios EUA-China.

“Eles têm o embrião de uma base de clientes para aquilo que seu produto faz”, disse Ennis. Quanto ao assunto da censura, “a realidade de fazer negócios na China é que você tem que cumprir as regras para estar lá”.

Contudo, a jogada pode estabelecer o precedente errado, segundo Richard Fontaine, presidente do Centro para uma Nova Segurança Americana, uma organização de pesquisa com sede em Washington focada em assuntos de segurança global, como o crescimento do poder econômico da China.

“Eles devem entrar no mercado com o objetivo de uma expansão líquida da liberdade de expressão on-line em vez de uma diminuição dela”, escreveu Fontaine, em um e-mail.

A LinkedIn Corp. possui 93 por cento da joint venture na China com a Sequoia Capital e a CBC. Os outros sócios puseram US$ 5 milhões em dinheiro por uma participação de 7 por cento, segundo arquivos divulgados neste mês pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA. Os sócios têm a opção de contribuir com mais US$ 20 milhões e obter ações preferenciais, segundo a divulgação.

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