Light: companhia mantém interesse no projeto da hidrelétrica Itaocara (Bia Parreiras)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2013 às 13h28.
São Paulo - A empresa de energia Light ainda tem interesse no projeto da hidrelétrica Itaocara e considera disputar a concessão caso a usina seja licitada, informou o presidente da empresa de energia, Paulo Roberto Pinto, em teleconferência com analistas nesta quarta-feira.
A empresa detinha a concessão da hidrelétrica, localizada na divisa entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, em conjunto com a Cemig, mas o consórcio resolveu devolver o projeto à União no início de agosto, depois de não ter sido atendido o pedido de recontagem do prazo de concessão da usina.
O projeto foi licitado há mais de uma década, mas não foi construído por não ter conseguido licença ambiental.
Segundo o presidente da Light, a empresa pode voltar a disputar a usina, em parceria com outros players.
A Light, que atua no segmento de geração, distribuição e comercialização de energia, divulgou na terça-feira que seu lucro líquido subiu 46,2 por cento no segundo trimestre na comparação anual.
A empresa, cuja distribuidora de energia que atua no Estado do Rio de Janeiro está passando por processo de revisão tarifária, espera que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) eleve a base de remuneração a ser considerada no reposicionamento.
"Estamos caminhando muito bem. Acreditamos que vamos chegar em um número bastante satisfatório", disse Paulo Roberto Pinto, ao acrescentar que espera que a agência eleve a proposta inicial para a base de remuneração da empresa.
A proposta de base de remuneração líquida apresentada pela Aneel para a revisão tarifária da Light está em 6,4 bilhões de reais. O processo ainda está em andamento e deve ser aprovado até 7 de novembro.
Enquanto isso, técnicos da Aneel irão avaliar a situação da Light que, segundo executivos da empresa, é única no país no que diz respeito à situação de perdas de energia --já que atua em áreas de concessão carentes e de conflito-- e definir metas condizentes com essa situação.
As perdas de energia não-técnicas na Light no segundo trimestre ficaram em 44,2 por cento do mercado faturado de baixa tensão, por conta de ligações irregulares, chamados "gatos".
"A questão das perdas não é um problema só da concessionária de energia elétrica", disse o executivo, ao acrescentar que o combate aos "gatos" passa também por ação dos poderes públicos nas comunidades carentes.
Comercialização de Energia
Os preços de energia no mercado de comercialização para 2014 e 2015 estão sendo negociados em cerca de 150 reais por megawatt-hora, segundo o diretor de Energia da Light, Evandro Vasconcelos, que não quis revelar quais são os preços nos contratos fechados por Light.
"Estamos voltando a fazer bons negócios. Os preços para os próximos anos estão muito altos, depois cai", disse o executivo durante a teleconferência.