Subestação da Light na rua Frei Caneca, na Tijuca (BIA PARREIRAS)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2010 às 20h11.
São Paulo - A diminuição das perdas de energia continua sendo "o grande tema" da Light, que sofre com o atraso no recebimento de medidores digitais para combater ligações clandestinas em sua área de atuação.
Com um único fornecedor dos aparelhos, a companhia aposta na blindagem da rede, aguarda a autorização de novos fornecedores pelo Inmetro e estuda meios de desenvolver um medidor próprio.
A meta de instalar 86 mil novos medidores em 2010 não será atingida, segundo o diretor financeiro da empresa, João Batista Zolini.
Entre julho e setembro, a Light teve perdas correspondentes a 42,1 por cento de toda a energia distribuída, levemente abaixo dos 42,4 por cento do segundo trimestre.
"O problema não são recursos, mas o nosso único fornecedor está com problemas para atender e vai se dedicar a instalar 70 mil", disse Zolini, em teleconferência com analistas nesta quinta-feira.
Diante disso, a Light migrou os investimentos nos medidores para blindagem do sistema, que inclui elevar a altura dos fios de cinco para nove metros.
Nos primeiros nove meses do ano, os investimentos em combate às perdas de energia totalizaram 75,6 milhões de reais.
A Light estuda desenvolver uma solução própria para combate às perdas, com anuência do Inmetro. "O Inmetro está analisando três ou quatro fabricantes, estamos muito otimistas... Mas queremos desenvolver uma solução própria. O produto pode estar acabado nos próximos meses", disse Zolini.
Mesmo com o atraso na instalação dos medidores, a Light deve manter o valor de investimentos projetados para 2010, e pode elevar em mais de 40 por cento o montante a ser investido em 2011.
Para 2010, a companhia deve investir 706 milhões de reais. Em 2011, os valores deverão ser da ordem de 1 bilhão de reais.
Leilões em 2011
A Light descarta participar dos leilões de geração de dezembro, mas pode entrar em certames no próximo ano. É possível que isso aconteça em sociedade com a estatal mineira Cemig, principal acionista da companhia.
"Estamos estudando projetos de grande porte com a Cemig", disse o presidente da Light, Jerson Kelman, sem descartar outros parceiros.
A Light participou do último leilão de energia renovável, na modalidade eólica, mas não venceu. Em energia solar, a companhia está em negociação com o governo do Rio de Janeiro para a instalação de painéis no estádio do Maracanã, para a Copa do Mundo de 2014.
Entre julho e setembro, a companhia lucrou 131 milhões de reais, alta de 94,8 por cento ante os mesmos meses de 2009. O número ficou acima das estimativas do mercado. A companhia foi beneficiada por uma reversão de provisão que trouxe um impacto positivo de 40 milhões de reais.