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Licenciamento ambiental atrasa exploração no país, diz Total

Demora na liberação de licenciamentos ambientais para atividades exploratórias em blocos de petróleo deve atrasar atividades em algumas áreas, diz a empresa


	Total: petroleira avalia que as atividades de perfuração nos blocos adquiridos em leilão ocorrerão um ano depois do previsto
 (Nick Robinson/AFP)

Total: petroleira avalia que as atividades de perfuração nos blocos adquiridos em leilão ocorrerão um ano depois do previsto (Nick Robinson/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 18h22.

Rio de Janeiro - A demora na liberação de licenciamentos ambientais para as atividades exploratórias em blocos de petróleo arrematados na décima primeira rodada, realizada pelo Brasil em 2013, deve atrasar o início das atividades em algumas áreas arrematadas pela petroleira francesa Total, afirmou nesta segunda-feira o presidente da unidade brasileira Denis Palluat.

A Total avalia que as atividades de perfuração nos blocos adquiridos ocorrerão um ano depois do previsto, por conta da demora no licenciamento.

"É uma questão de regulamentação e de licenciamento ambiental. Isso leva muito tempo. As perfurações só poderão acontecer em 2016 e 2017", afirmou Palluat em entrevista à Reuters, após evento no Rio de Janeiro.

Palluat disse que o licenciamento dessas áreas está lento, atrapalhando os planos da petroleira, uma queixa já manifestada por entidades representantes do setor. "O licenciamento atrapalha um pouco... Exploração é um trabalho demorado e de longo prazo." Procurado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o órgão trabalha "dentro do cronograma, como determina a própria legislação". O Ibama disse ainda desconhecer atrasos para a liberação de licenças para exploração.

Ao todo, a Total atua em 13 blocos no Brasil e é operadora em sete deles, segundo a assessoria de imprensa da empresa. A décima primeira rodada de petróleo não incluiu áreas com reservas conhecidas no pré-sal.

Crise na Petrobras não afeta Libra

A Total é uma das sócias da Petrobras na mega área de Libra, da Bacia de Santos, a primeira área do pré-sal licitada pelo governo no regime de partilha, também no ano passado, com reservas estimadas em até 12 bilhões de barris de petróleo recuperáveis, segundo o órgão regulador no Brasil (ANP).

O executivo garantiu que, apesar da crise que ronda a estatal, que tem sido alvo de denúncias de corrupção, além de ação na Justiça norte-americana por parte de acionistas que se sentem lesados pela má gestão da petroleira brasileira, Palluat afirmou que a Petrobras vem honrando com seus compromissos sem atrasos.

A Petrobras é a operadora de Libra, com 40 por cento de participação, a Total tem 20 por cento, assim como a Shell. As empresas chinesas CNOOC e CNPC têm 10 por cento cada. De acordo com Palluat, não há nenhum atraso ou desequilíbrio no contrato de Libra em virtude da crise vivida pela empresa brasileira.

"Nossa relação com a Petrobras é excelente e nossa relação é brilhante. Com a Petrobras, não temos nenhum problema", afirmou ele.

"Eles (Petrobras) estão trabalhando em Libra normalmente e não vejo diferença ou dificuldade alguma", acrescentou Palluat.

A previsão é que o teste de longa duração de Libra ocorra em 2017, de acordo com o executivo.

Anteriormente, um outro executivo da Total afirmou durante evento no Rio de Janeiro que os investimentos totais no desenvolvimento de Libra deverão atingir 80 bilhões de dólares.

Queda do petróleo

Palluat demonstrou preocupação com a queda sistemática na cotação do barril de petróleo no mercado internacional.

Nesta segunda-feira, o barril do tipo Brent operou perto dos 60 dólares, atingindo nova mínima de cinco anos.

Segundo o presidente da Total no Brasil, o momento é "difícil" e um "fato" que as petroleiras precisam enfrentar e se adaptar.

Ele evitou fazer um prognóstico sobre uma eventual reversão de tendência, mas afirmou que as petroleiras mundiais precisarão aumentar a produtividade e a eficiência diante do novo cenário.

Os preços do petróleo entraram em trajetória de queda nos últimos seis meses, com o aumento da produção da América do Norte ajudando a pressionar as cotações num momento de demanda sem brilho no mundo.

"Como vamos nos adaptar para passar a esse momento? Acho que é um período, um momento, um dia vai voltar a subir, só não sabemos. Temos que nos adaptar a essa crise", declarou ele.

Os preços mais baixos provocarão em todo mundo uma reavaliação global de investimentos em petróleo, mas ele garante que o Brasil continua sendo uma prioridade para Total.

"Evidente que isso é para todos. Com preço baixo, você tem retorno menor e menos dinheiro para investir", frisou ele.

"Hoje, no Brasil não muda nada, temos investimentos fortes com Libra e vamos continuar sem dúvida alguma."

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