Liberated Brands: operava as marcas por meio de um acordo com a Authentic Brands Group, licenciadora que controla diversas empresas do varejo (Carla Gottgens/Bloomberg)
Redação Exame
Publicado em 9 de fevereiro de 2025 às 12h38.
A Liberated Brands, responsável pelas operações das marcas Quiksilver, Billabong e Volcom nos Estados Unidos, entrou com pedido de proteção contra falência no Tribunal de Delaware. A empresa afirmou que pretende fechar suas lojas no país e liquidar seus negócios na América do Norte.
O pedido foi feito sob o Capítulo 11, que permite a reorganização de empresas endividadas. Em documentos judiciais, a Liberated declarou ter entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões tanto em ativos quanto em passivos. Além disso, a empresa obteve um empréstimo de US$ 35 milhões para financiar o processo de liquidação.
O CEO Todd Hymel apontou que fatores como inflação, aumento das taxas de juros e mudanças no comportamento dos consumidores impactaram fortemente as finanças da companhia. Segundo ele, o avanço da fast fashion prejudicou as vendas, já que concorrentes conseguem vender roupas a preços menores e com reposição mais rápida de estoque.
"Os consumidores podem, de forma barata, rápida e fácil, encomendar peças de vestuário de baixa qualidade das gigantes da fast fashion e receber esses produtos em poucos dias", afirmou Hymel em documentos judiciais.
Perda de licenças e crise operacional
A Liberated Brands operava as marcas por meio de um acordo com a Authentic Brands Group, licenciadora que controla diversas empresas do varejo. No entanto, em dezembro, a Authentic rescindiu os direitos da Liberated na América do Norte para Volcom, RVCA e Billabong após a empresa não efetuar pagamentos de royalties. As licenças foram então transferidas para novos operadores.
Antes da crise, a receita da Liberated cresceu de US$ 350 milhões em 2021 para US$ 422 milhões em 2022, impulsionada pela demanda durante a pandemia e pela expansão de licenças. No entanto, a empresa não conseguiu sustentar o crescimento, enfrentando dificuldades com queda de demanda e custos operacionais elevados.
Agora, a empresa pretende vender seus negócios internacionais e encerrar suas atividades nos EUA. A Authentic Brands, por sua vez, indicou que as marcas continuarão disponíveis para os consumidores por meio de novos parceiros e varejistas especializados.
*com agências internacionais