Joseph Safra (Fábio Guinalz/Fotoarena)
Mariana Desidério
Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 10h40.
Última atualização em 10 de dezembro de 2020 às 12h25.
A morte do banqueiro Joseph Safra foi recebida com pesar no setor financeiro brasileiro. Fundador do Banco Safra, ele morreu nesta quinta-feira (10), aos 82 anos, de causas naturais. Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), disse que Safra foi “um exemplo como empresário e filantropo”, com contribuições marcantes para escolas, museus e instituições no Brasil e no exterior. “O legado de sua atuação no desenvolvimento da economia nacional ficará sempre marcado na história do Brasil, país que ele adotou 58 anos atrás”, disse a entidade.
O presidente do Itaú, Cândido Bracher, disse que recebe com pesar a notícia da morte do banqueiro e afirmou que Safra “rompeu fronteiras e foi um dos pioneiros no mercado financeiro a se destacar internacionalmente”. “Aliou ao papel de grande empresário aquele de grande filantropo, compartilhando assim seu êxito com a sociedade. Em nome da comunidade Itaú Unibanco, presto condolências aos familiares e amigos de Joseph Safra”, disse em nota.
O presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, destacou a "elegância e discrição" de Safra, "qualidades que distinguem os grandes homens". Também lembrou da importância de Safra para o setor financeiro. "O ‘seu José’, como era reconhecido em nosso meio, consolidou-se em vida como um símbolo de confiança do mercado financeiro nacional. Praticando os melhores fundamentos da atividade bancária, ao longo de toda uma vida, iniciada no Líbano, ele dedicou-se pela vocação de líder e banqueiro, tornando-se rapidamente um nome conhecido e respeitado no mercado global", disse em nota.
O presidente do banco Santander, Sérgio Rial, afirmou que “Joseph Safra foi um homem de coragem”, e que teve “participação fundamental no desenvolvimento do setor bancário do país”. “Seu nome se tornou sinônimo de humildade e filantropia não só no Brasil, mas em todo o mundo”, disse o executivo em nota.
Em nota, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), disse que ele foi "fundamental para o sistema financeiro nacional" e que "deixou um legado que continuará a influenciar não só aqueles que trabalharam diretamente com ele, como todos os que atuam na área financeira".
Joseph, ou “seu José”, como era chamado pelos mais próximos, era considerado o brasileiro mais rico, com uma fortuna estimada em 17,6 bilhões de dólares (89,8 bilhões de reais segundo a taxa de câmbio de hoje) pela agência de notícias Bloomberg. No ranking mundial, ficava na posição 101.
Nascido em Beirute, no Líbano, Joseph emigrou para o Brasil na década de 1960, após estudar na Inglaterra e trabalhar em bancos na Argentina e nos Estados Unidos. Seguiu o seu pai, Jacob, que veio para o país logo após a Segunda Guerra Mundial.
O sepultamento será realizado hoje, às 13h, no Cemitério Israelita do Butantã, apenas para familiares e amigos próximos.
Veja as notas de pesar na íntegra:
"É com muito pesar que recebemos a perda de Joseph Safra. Figura emblemática do setor bancário no país, descendente de banqueiros e com visão estratégica sobre o país, Joseph Safra foi também um exemplo como empresário e filantropo. Sua contribuição para escolas, museus e instituições, não só no Brasil, quanto em outros países, é marcante. O legado de sua atuação no desenvolvimento da economia nacional ficará sempre marcado na história do Brasil, país que ele adotou 58 anos atrás."
Febraban - Federação Brasileira de Bancos
“Recebemos com pesar a notícia do falecimento do Joseph Safra. Empresário dotado de grande energia, adotou o Brasil como pátria e construiu uma das principais instituições financeiras do país. Com o Grupo Safra, rompeu fronteiras e foi um dos pioneiros no mercado financeiro a se destacar internacionalmente. Aliou ao papel de grande empresário aquele de grande filantropo, compartilhando assim seu êxito com a sociedade. Em nome da comunidade Itaú Unibanco, presto condolências aos familiares e amigos de Joseph Safra.”
Candido Botelho Bracher, presidente do Itaú Unibanco
“É com profundo pesar que recebemos a notícia do falecimento do senhor Joseph Safra. Nos causa impacto e lamento, pois Joseph Safra representa respeito, admiração e credibilidade para todos nós da Organização Bradesco. Nos solidarizamos com a família e seus milhares de colaboradores, clientes e amigos.
O ‘seu José’, como era reconhecido em nosso meio, consolidou-se em vida como um símbolo de confiança do mercado financeiro nacional. Praticando os melhores fundamentos da atividade bancária, ao longo de toda uma vida, iniciada no Líbano, ele dedicou-se pela vocação de líder e banqueiro, tornando-se rapidamente um nome conhecido e respeitado no mercado global.
A marca Safra destacou-se nos principais mercados do mundo, destacando-se entre os competidores como exímio gestor do patrimônio das famílias.
No Brasil, dividia o comando do Banco Safra com uma intensa atividade filantrópica e profundo amor pelas artes, sendo sempre um dos principais beneméritos da grande comunidade judaica em nosso País. Por seus méritos, amealhou fortuna, mas sua atuação em sociedade era ressaltada pela máxima elegância e discrição, aquelas qualidades que distinguem os grandes homens. À senhora Vick Safra, aos filhos Jacob, Esther, Alberto e David, os nossos sentimentos."
Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do conselho de administração do Bradesco
“Joseph Safra foi um homem de coragem. Após imigrar para o Brasil, teve participação fundamental no desenvolvimento do setor bancário do País, empreendendo também em outras áreas com destemor e eficiência. Seu nome se tornou sinônimo de humildade e filantropia não só no Brasil, mas em todo o mundo. Meus sinceros sentimentos a toda a família, colaboradores e amigos, que certamente seguirão seu legado.”
Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil
A ABBC - Associação Brasileira de Bancos lamenta o falecimento de Joseph Safra, fundador do grupo Safra.
Joseph foi fundamental para o sistema financeiro nacional, um dos mais ilustres representantes.
Nasceu em 1938 no Líbano e imigrou para o Brasil na década de 60 para continuar os negócios do pai.
Visionário, líder e empreendedor foi o responsável pelo grupo Safra no Brasil e também por unidades na Europa, J. Safra Sarasin, na Suíça e nos Estados Unidos, Safra National Bank (Nova York), além de investimentos imobiliários no Brasil, Europa e Estados Unidos.
Tornou-se o brasileiro mais rico do mundo de acordo com o ranking da Forbes, mas também foi muito conhecido no meio filantrópico com doações para hospitais, museus e à comunidade judaica.
Joseph Safra deixou um legado que continuará a influenciar não só aqueles que trabalharam diretamente com ele, como todos os que atuam na área financeira.
A ABBC se solidariza com a família e com o Banco Safra por essa grande perda para o Brasil.
ABBC - Associação Brasileira de Bancos