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Latam não descarta oferta pela Avianca "no futuro"

Jerome Cadier mostrou decepção com as idas e vindas no processo que desencadeou a recuperação judicial da empresa

Latam: presidente da empresa acredita que Avianca tem slots valiosos (Latam/Divulgação)

Latam: presidente da empresa acredita que Avianca tem slots valiosos (Latam/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de março de 2019 às 08h22.

A Latam Brasil não descarta uma oferta pela Avianca. No momento, porém, considera que o investimento não faz sentido, disse o presidente da companhia aérea, Jerome Cadier, em entrevista ao Estadão/Broadcast. Ele afirmou ainda que tem acompanhado diariamente o noticiário envolvendo o negócio. "É minha obrigação avaliar oportunidades, mas até agora não achamos ser um investimento que valha a pena. Entretanto, isso não quer dizer que no futuro não possa valer."

Cadier disse que a Avianca tem em seus slots (autorizações de pousos e decolagens) ativos valiosos, citando os aeroportos de Guarulhos e Congonhas, terminais nos quais essas autorizações já estão esgotadas.

Ele disse também que a Latam apresentou sua objeção ao plano de recuperação judicial da rival como credora - a decisão, afirmou, não está relacionada a qualquer interesse na aquisição da Avianca. "A objeção foi feita como credor, para defender os R$ 2,8 milhões (que tem a receber). Não vemos no plano elementos que nos façam acreditar que vamos reaver esse dinheiro."

Cadier expressou decepção também com as idas e vindas no processo que desencadeou a recuperação judicial da Avianca e seus desdobramentos posteriores, citando o descumprimento da Convenção da Cidade de Cabo, protocolo internacional que rege as relações comerciais das empresas de leasing de aeronaves com financiadores e companhias aéreas. Um dos efeitos temidos por Cardier é uma eventual alta do preço do leasing de aeronaves para as áreas brasileiras.

"Quando a Avianca protocolou a recuperação judicial, diria que o processo seria mais rápido e pintaria um cenário muito distante do que realmente aconteceu", disse, lembrando as disputas em várias instâncias da Justiça entre a empresa e os arrendadores, envolvendo ainda a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). "Isso tudo nos tem forçado a analisar quase que diariamente as mudanças de cenários, para entender como nos posicionar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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