LaMia: as solicitações de indenização devem ser efetuadas nos escritórios da Lamia em Santa Cruz (APG Agency/Reuters)
EFE
Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 22h20.
Última atualização em 15 de dezembro de 2016 às 12h48.
La Paz - A companhia aérea boliviana Lamia anunciou nesta quarta-feira que iniciará os trâmites perante sua seguradora para indenizar os sobreviventes e familiares dos mortos na queda do avião que transportava a delegação Chapecoense no último dia 28 de novembro na Colômbia.
O montante da indenização para cada vítima é de US$ 165 mil, segundo o estabelecido no Convênio Internacional sobre Aviação Civil, afirmou à Agência Efe por telefone de Santa Cruz o advogado da Lamia, Nestor Higa.
As solicitações de indenização devem ser efetuadas nos escritórios da Lamia em Santa Cruz juntando os documentos que correspondam segundo o caso (falecidos ou feridos), acrescentou.
O advogado disse que no caso das vítimas de nacionalidade brasileira se requer a "declarativa de herdeiros e atestado de óbito" traduzidos ao castelhano e legalizados no consulado boliviano no Brasil.
Segundo Higa, a linha aérea já estabeleceu contato com a empresa seguradora, mas para continuar com o trâmite primeiro deverá tramitar perante a procuradoria boliviana a devolução de certos documentos que foram confiscados pelos investigadores durante a operação de busca e apreensão nos escritórios da Lamia na semana passada.
O advogado também pediu que o Ministério Público estorve os lacres de segurança que colocou nos escritórios da companhia aérea para que os funcionários possam atender estes requerimentos.
O avião da Lamia, no qual viajavam jogadores e dirigentes do Chapecoense, além de jornalistas e tripulantes, caiu no dia 28 de novembro perto da cidade colombiana de Medellín supostamente após ficar sem combustível.
No acidente morreram 71 dos 77 passageiros do avião e sobreviveram três jogadores, dois tripulantes e um jornalista.
Dentro das investigações na Bolívia, na semana passada foi preso o diretor-geral da Lamia, Gustavo Vargas Gamboa, acusado por diversos crimes, entre eles o de homicídio culposo.
Também foi enviado a prisão seu filho, Gustavo Vargas Villegas, que sendo diretor de Registro Aeronáutico Nacional da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC) autorizou em 2014 a importação e matrícula provisória do avião da companhia aérea.
O Ministério Público também indiciou o diretor de Operações de Lamia, Marco Antonio Rocha Venegas, e a ex-técnica aeronáutica Celia Castedo, que fez um relatório sobre as irregularidades no plano de voo do avião no aeroporto de Viru Viru, em Santa Cruz, antes que decolasse.
Rocha saiu do país rumo ao Paraguai dias antes do acidente, enquanto Castedo, que pediu refúgio no Brasil, denunciou que foi objeto de pressões de seus superiores na entidade de administração aeroportuária onde trabalhava para mudar o conteúdo de seu relatório.