Sala de aula da Kroton: código da empresa na bolsa mudará para COGN3 (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2019 às 16h29.
Última atualização em 8 de outubro de 2019 às 09h45.
A Kroton, maior grupo de educação privada do Brasil, vai mudar de nome e de formato da operação. A empresa anunciou em evento nesta segunda-feira 7 que vai dividir a empresa em quatro braços e, para administrá-los, criou a holding Cogna Educação -- que vem de "cognição".
Até então, o grupo inteiro era batizado de Kroton e a empresa era dividida em dois braços, o de educação superior e o de educação básica. Agora, as quatro divisões serão cada qual uma nova empresa.
As empresas serão a Kroton, que segue com o mesmo nome e foco em cursos de ensino superior; a Saber, que inclui cursos de línguas e as escolas de ensino básico das quais a Kroton é dona; a Vasta Educação, que vai oferecer serviços de gestão para as escolas e material didático, incluindo eventual participação em licitações públicas; e a Platos, criada para oferecer serviços de gestão para o ensino superior. O grupo terá ainda um braço de investimento em startups, a Cogna Venture.
O atual presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, será o presidente da holding Cogna. Roberto Valério, que era presidente de ensino superior, passará a ser o presidente da marca Kroton.
A mudança, que começa a valer de fato a partir do dia 1º de janeiro de 2020, faz a Kroton ampliar seu espectro de serviços para empresas, o chamado B2B (business to business, ou negócio para negócio). A empresa, que ficou famosa com faculdades privadas como a Anhanguera e se beneficiou de políticas públicas de acesso ao ensino superior, como o financiamento estudantil governamental do programa Fies, até então tinha serviços majoritariamente voltados aos estudantes.
Com a mudança, a Kroton, agora Cogna Educação, ganhará também uma nova sede, na avenida Paulista. Seu código na bolsa também passará a ser COGN3, em vez do anterior, KROT3, a partir do dia 11 de outubro.
A Kroton faturou 5,5 bilhões de reais em 2018 e teve lucro de 1,9 bilhão de reais no ano. No segundo trimestre deste ano, último com números divulgados, a queda de mais de 40% em seu lucro decepcionou os investidores e fez as ações caírem na casa dos 7% após os resultados.
Para além das novas marcas, a empresa vive um momento de reestruturação, com diminuição dos recursos do Fies, queda nos lucros oriundos do ensino superior e redução de mais de 4% no número de alunos.
Segundo informou o presidente Rodrigo Galindo, a mudança na operação vinha sendo desenhada desde 2017. Boa parte dos serviços oferecidos pelas novas empresas já eram ofertados pela Kroton enquanto grupo unificado -- como o Kroton Learning System, modelo acadêmico para faculdades. Mas a divisão em empresas pode tornar as marcas mais atrativas a investimentos e intensifica o movimento de diversificação do portfólio.