Negócios

Kodak pode entrar com pedido de concordata

Companhia precisa de 1 bilhão de dólares para continuar funcionando

Segundo o WSJ, a concordata da Kodak deverá ser ainda neste mês - ou, no máximo, no início de fevereiro (Guy Solimano/Getty images)

Segundo o WSJ, a concordata da Kodak deverá ser ainda neste mês - ou, no máximo, no início de fevereiro (Guy Solimano/Getty images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 13h37.

A Eastman Kodak poderá entrar com pedido de concordata, o famoso Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos, segundo fontes do Wall Street Journal. A empresa fundada há 131 anos, e que já foi líder do mercado fotográfico, vem enfrentando inúmeros problemas financeiros para se manter em funcionamento.

Com dificuldades em conseguir se reinventar, a Kodak iniciou um processo intenso de venda de patentes para conseguir reforçar o caixa e continuar operando. Caso não consiga captar cerca de 1 bilhão de dólares com o negócio, terá de recorrer à proteção da Lei de Falências. Segundo o WSJ, a empresa já prepara a documentação para caso seja necessário entrar com o pedido. Procurada pelo jornal, a Kodak não comentou o assunto.

Os resultados ruins verificados nos últimos meses geraram uma onda de venda de ações da empresa nos EUA, fazendo com que o valor do papel despencasse mais de 80% em 2011. Na última semana, a empresa recebeu uma notificação da Bolsa de Nova York (NYSE) afirmando que se o preço das ações não subir, ela terá de sair da lista de companhias abertas da bolsa. A legislação americana prevê que ativos com valor inferior a 1 dólar não podem ser negociados na NYSE - e a ação da Kodak vale menos de 1 dólar há 30 dias. Em 1997, o papel chegou a custar 90 dólares.

Mais uma - Caso o pedido de concordata ocorra, segundo o WSJ, deverá ser ainda neste mês - ou, no máximo, no início de fevereiro. Seria mais um exemplo de uma grande empresa em dificuldades que não conseguiu mudar seu modelo de negócios para acompanhar os avanços tecnológicos. Outras são a Polaroid, que entrou com o pedido de recuperação judicial em 2008; o grupo de livrarias Borders; e a locadora de filmes Blockbuster - ambas em 2010.

O fundador da empresa, George Eastman, também foi o inventor do filme fotográfico em rolo. Sua criação serviu de base para a gravação da imagem em movimento - que se tornaria, mais tarde, o cinema. Em 1932, aos 77 anos, Eastman cometeu suicídio, após padecer durante dois anos de uma doença degenerativa. Deixou apenas uma nota: "Meu trabalho está feito. Por que esperar?".

Acompanhe tudo sobre:Empresasempresas-de-tecnologiaFalênciasKodakWall Street Journal

Mais de Negócios

Quem é o bilionário indonésio que ficou 10 vezes mais rico em 18 meses?

Sete milionários que escolheram não deixar sua fortura para os filhos

Eles criaram um van elétrica do zero no interior do RS. Hoje já fazem R$ 35 milhões pelas ruas do BR

Bolsa Família, bets e asiáticas: as pedras no sapato da indústria de calçados