Segunda edição do INOVA Klabin aconteceu nos dias 12 e 13 de setembro na Oca do Ibirapuera, em São Paulo (Alexandre Battibugli/Estúdio ABC)
A cidade de Telêmaco Borba, no Paraná, receberá até o quarto trimestre de 2019 um empreendimento com grande potencial para desenvolver novos produtos e negócios: um parque de plantas piloto. O espaço será construído com o aporte de 32 milhões de reais em pesquisa e desenvolvimento feito pela Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil. O anúncio foi feito durante a segunda edição do INOVA Klabin, que aconteceu nos dias 12 e 13 de setembro na Oca do Ibirapuera, em São Paulo.
No parque de plantas, uma unidade de menor escala, serão realizados estudos e testes em algumas frentes de pesquisa. Uma delas será com a celulose microfibrilada (MFC), que futuramente será incorporada às linhas de produção de papel da empresa para melhorar a qualidade e a resistência de produtos.
Outra frente de operação será a extração e utilização de lignina nos produtos. Trata-se de um polímero natural bastante resistente extraído de árvores. De origem renovável, a lignina e seus derivados podem substituir matérias-primas de origem fóssil, entre outras aplicações de alto valor agregado em indústrias e vários segmentos. “O diferencial da Klabin é que nós temos processos com duas espécies: pínus e eucalipto, inclusive com a mescla delas”, diz Francisco Razzolini, diretor de tecnologia industrial, inovação, sustentabilidade e negócio celulose da Klabin. O resultado dessa base variada de madeira é a criação de produtos diferenciados no mercado.
Essas inovações já estavam sendo trabalhadas em escala experimental no Centro de Tecnologia, inaugurado em 2017, capaz de desenvolver diversos produtos de base florestal e simular as linhas de produção das fábricas. “Tudo o que realizamos dentro desse centro é em escala laboratorial. Pouco mais de um ano após sua inauguração, atingimos um nível de maturidade de desenvolvimento que torna necessária a produção de alguns materiais em maior escala, permitindo testes industriais prolongados. Daí a necessidade da criação de um parque de plantas piloto”, explica Razzolini.
A Klabin também anunciou outra novidade para o início de 2019: papel-cartão para copos descartáveis 100% biodegradáveis, chamados de KlaCup – Bio. O novo modelo é uma solução para o mercado de liquid packaging board (LPB) completamente livre de polietileno em sua composição – um plástico usado atualmente para fazer a selagem do copo. A empresa já conta com o KlaCup – Bio em escala experimental e, hoje, comercializa o KlaCup Natural Kraft, que possui um dos lados na coloração marrom, típica dos papéis kraft.
“Atualmente, o mercado de copos de papel no mundo é de 2,4 bilhões de toneladas aproximadamente. Essa área vive um momento bastante interessante em função de proibições, demandas e novas tendências, mas ainda é bastante tímida em nosso país em comparação com outros países, fazendo do Brasil um importador desse tipo de produto”, afirma Razzolini.
Além dos anúncios, o evento contou com atividades para os participantes relacionadas aos quatro pilares de inovação da Klabin: excelência operacional, gestão sustentável, tecnologia florestal e fibras e design cocriado. Em uma das vivências, por exemplo, os participantes formavam equipes para desenvolver carrinhos de controle remoto em uma oficina e, depois, disputar uma corrida. A ideia era mostrar a importância da inteligência humana para o desenvolvimento de processos e metodologias bem estruturados.
Em outra dinâmica, o desafio era criar protótipos de embalagens para situações inusitadas, como concluir a entrega de uma pizza intacta, ou seja, sem grudar o recheio na tampa, em outro planeta onde a gravidade é menor. A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento Sustentável também foi tema de uma das vivências, em que era preciso avaliar a atuação da empresa em cada setor para ajudar a estruturar um plano global, em linha com as ODS da ONU, a fim de erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir a paz entre as nações.
A realidade virtual também foi usada em uma das experiências do evento. Por meio de óculos de VR, os participantes puderam conhecer os processos da Klabin – da floresta ao melhoramento genético – e simular a operação de máquinas pesadas, como colheitadeiras, para entender como operadores e mecânicos de campo são preparados para suas atividades profissionais.
O evento contou ainda com masterclasses sobre inovação e cultura digital. “O objetivo é que as pessoas conheçam as nossas ideias e políticas de inovação, principalmente os colaboradores. Queremos acelerar o processo de integração e entendimento desses conceitos e impulsionar a cultura da inovação para as pessoas pensarem e realizarem com mais rapidez. É também uma forma de integrar profissionais nos processos para que conheçam as diversas realidades da companhia e um momento para discutirmos as questões de sustentabilidade, de inovação e tecnologia”, diz Razzolini sobre o INOVA Klabin.