Membros da banda de K-Pop BTS posam no American Music Awards em Los Angeles, Califórnia, em 2017 (Jason LaVeris/FilmMagic/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2019 às 08h00.
Última atualização em 14 de abril de 2019 às 08h00.
O K-Pop ganhou o mundo e criou uma fortuna para Bang Si-hyuk, produtor sul-coreano que emplaca um hit atrás do outro e ficou conhecido como Hitman.
Graças a legiões de fãs obcecados com os músicos da banda BTS, o valor estimado da produtora dele disparou. Bang, 46 anos, tem um patrimônio de US$ 770 milhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
Os ingressos para um show da banda – cujo nome é a sigla para Bangtan Sonyeondan ou Escoteiros à Prova de Bala – no Wembley Stadium, em Londres, para 90.000 pessoas se esgotaram em 90 minutos. Os integrantes da BTS, todos na casa dos 20 anos, conquistam fãs ao discutir suas ansiedades e dificuldades nas redes sociais, que Bang considera “uma janela para a alma da BTS”.
Bang e sua produtora Big Hit Entertainment surfam a onda de popularidade da velha fórmula baseada em artistas fotogênicos que dançam coreografias precisas ao som de batidas sintetizadas. O segmento que deu ao mundo hits como “Gangnam Style”, do cantor Psy, hoje movimenta US$ 5 bilhões, segundo a Korea Creative Content Agency.
“O foco de Bang na comunicação com os fãs se tornou a grande força que move a popularidade da BTS”, avalia Kwak Young-ho, cofundador da Hanteo Chart, parceira da Billboard para estimativas de vendas de música.
A febre coreana resulta em shows lotados, músicas mais tocadas nas rádios e bilhões de visualizações no YouTube. Os sete integrantes da banda são as celebridades mais comentadas no Twitter e a BTS colaborou com a campanha contra a violência do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A Big Hit estudou abrir seu capital em 2017, mas Bang disse na ocasião que a produtora precisaria crescer e estabelecer um sistema de produção mais sustentável antes de tomar essa decisão. O segundo maior acionista da Big Hit, após Bang, é uma empresa de games chamada Netmarble, comandada pelo primo dele.
A participação de Bang — 49 por cento das ações ordinárias da Big Hit — foi avaliada pelo Bloomberg Billionaires Index com base nas demonstrações financeiras de 2018 e na razão entre preço e lucro de companhias do ramo que têm ações negociadas em bolsa, como SM Entertainment, JYP Entertainment e YG Entertainment.
A receita da Big Hit mais que dobrou em 2018 para 214 bilhões de won (US$ 187 milhões), segundo documentos regulatórios.
Bang e Big Hit não quiseram fazer comentários para esta reportagem.
“Estou feliz, mas ao mesmo tempo a sensação é surreal”, disse o produtor em uma rara entrevista, realizada pela Bloomberg em 2017.
Compositor e fã de hip-hop, Bang entrou no mercado da música quando tinha 20 e poucos anos e produziu uma série de sucessos trabalhando para a JYP Entertainment, ajudando a estabelecer a base para a cultura de idolatria do K-Pop.
Bang ganhou reputação como gerador de músicas de sucesso e abriu sua própria produtora, a Big Hit, em 2005.
A companhia quase faliu nos primeiros anos. A escassez de negócios era tamanha que os artistas passavam pelo escritório somente para jogar no Nintendo Wii da empresa.
Na medida que a BTS ganhou popularidade, Coca-Cola, Puma e Hyundai Motor recrutaram os rapazes como embaixadores de suas marcas. Além do merchandise proprietário da Big Hit — que passa por jogos, almofadas e pijamas —, há até uma linha Barbie de bonecos BTS.
Em 2017, perguntaram a Bang se a Big Hit poderia ganhar tanto dinheiro com a BTS quanto artistas como as cantoras americanas Taylor Swift e Beyoncé.
“Sim”, ele respondeu. “Somente se eu der os passos certos.”