Ypê: dona da marca é condenada em decisão unânime (Ypê/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 6 de julho de 2024 às 13h00.
Última atualização em 6 de julho de 2024 às 13h01.
A Justiça do Trabalho condenou a empresa Química Amparo, proprietária da marca de produtos de higiene e limpeza Ypê, por assédio eleitoral por ter feito uma live para persuadir funcionários a votarem pela reeleição de Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições de 2022.
A decisão unânime da 9ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), com sede em Campinas (SP), determina que a fabricante se abstenha de fazer propaganda eleitoral a favor de qualquer candidato a cargo político, sob pena de multa de R$ 100 mil por infração. Ainda cabe recurso.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho, o grupo fez uma palestra aos funcionários após os resultados do primeiro turno. Nesse momento, teria ocorrido o assédio. A live aconteceu no dia em que se iniciou a a propaganda eleitoral para o segundo turno.
À Justiça, a empresa não negou o evento, mas justificou que a intenção era apenas "expor o cenário político do momento (...) não tendo, em nenhum momento, constrangido os seus empregados a participarem da palestra, muito menos a votarem em determinado candidato".
Na petição inicial, o MPT argumenta que a Reforma Eleitoral “ratificou a decisão do STF de declarar inconstitucionais os dispositivos legais que autorizavam a doação eleitoral pelas empresas, não havendo a possibilidade de a empresa fazer campanha ou permitir que algum candidato o faça dentro de seu estabelecimento”.
A empresa disse não comentar processos judiciais em curso, mas diz que vai recorrer às instâncias superiores. "A empresa é uma companhia 100% brasileira, apartidária, e que segue acreditando e investindo no país há mais de 70 anos", diz a proprietária da Ypê.