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Justiça adia decisão sobre a Varig

Novas propostas para a compra da companhia estão em estudo

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A Justiça do Rio de Janeiro adiou mais uma vez a decisão sobre o futuro da Varig. O juiz responsável pela recuperação judicial da companhia, Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, deveria decidir ainda nesta quarta-feira se aceitaria ou não definitivamente a proposta de compra da Varig realizada pelo consórcio NV Participações - a associação TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) e outros investidores. Depois de passar o dia reunido com investidores que estariam interessados na empresa, Ayoub informou que irá analisar as novas informações prestadas pela TGV. Entre os participantes da reunião estavam o presidente da estatal portuguesa de aviação TAP, Fernando Pinto, e o ex-presidente da VarigLog, José Carlos Rocha Lima, que representa um grupo do qual faria parte o fundo de private equity americano Carlyle.

Segundo fontes que acompanham as negociações, o adiamento da decisão pode estar ligado ao fato de que a Justiça estuda novas propostas para a compra da Varig. Três potenciais investidores estariam interessados na reestruturação da companhia. Além do TGV, único a fazer oferta pela companhia aérea no leilão de venda realizado na semana passada, há propostas também da SYN Logística e Fonditec Brasil Investimentos e do consórcio formado pela TAP, Air Canada e Brookfield

A expectativa é de que esteja sendo costurado um acordo para que esses grupos entrem no consórcio do TGV. Caso a Justiça decida não aprovar a venda para os funcionários, Ayoub já manifestou a possibilidade de realizar um novo leilão. O juiz não deu um novo prazo para decidir sobre o futuro da Varig.

A proposta do TGV no leilão da semana passada foi no valor de 449 milhões de dólares (1,010 bilhão de reais), quase metade dos 860 milhões de dólares avaliados pelos organizadores para a venda da Varig como preço mínimo, incluindo operações internacionais e domésticas. Na primeira etapa do leilão, quando o valor mínimo deveria ser obedecido, nenhuma proposta foi apresentada. Na segunda fase, sem preço mínimo, o TGV fez sua proposta.

Ayoub anunciou no final da semana passada que aceitava a proposta do TGV, mas haveria condições. Deu 48 horas para o grupo explicar origem dos recursos. A documentação não foi entregue no primeiro prazo (às 14h de segunda-feira). O novo prazo expirava ao meio-dia de quarta-feira.

Esse prazo foi cumprido, mas os trabalhadores da Varig não seguiram todas as solicitações da Justiça. O juiz queria saber qual a origem dos recursos ofertados pelo TGV à Varig. Além disso, pedia uma modificação na forma de pagamento, especificamente sobre as debêntures (títulos da empresa que seriam usados como pagamento). O advogado dos trabalhadores da Varig, Otávio Neves, disse que, caso Ayoub considere imprescindível, o nome do grupo investidor será anunciado. Afirmou ainda que a proposta do TGV manterá parte do pagamento pela Varig em debêntures, no valor de 500 milhões de reais.

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