Luxemburgo: dois de seus representantes mais emblemáticos esperam ser absolvidos no processo de apelação (Wikimedia Commons)
AFP
Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 09h27.
Os três acusados no caso LuxLeaks, que trouxeram à tona acordos fiscais entre grandes empresas e a Fazenda de Luxemburgo, comparecerão nesta segunda-feira em uma audiência de apelação que voltará a abrir o debate sobre a proteção concedida aos reveladores de segredos.
Dois de seus representantes mais emblemáticos, Antoine Deltour, de 31 anos, e Raphael Halet, de 40 anos, esperam ser absolvidos no processo de apelação do LuxLeaks, o nome pelo qual é conhecido o vazamento de documentos confidenciais que no dia 5 de novembro de 2014 revelou algumas práticas de otimização fiscal das multinacionais.
Em junho, Deltour e Halet foram condenados respectivamente a 12 meses de prisão em suspenso e 1.500 euros de multa, e 9 meses de prisão em suspenso e 1.000 euros de multa, por roubo, violação do sigilo profissional, acesso fraudulento a um sistema informático e lavagem dos documentos roubados, depois de ter roubado de sua empresa, PricewaterhouseCoopers (PwC) Luxemburgo, centenas de cópias de acordos fiscais pactados entre a Fazenda luxemburguesa e grandes empresas.
Os dois franceses apelaram contra a condenação.
O terceiro acusado, o jornalista francês Edouard Perrin, de 45 anos, recebeu os documentos fiscais de Deltour e Halet e os utilizou em dois programas divulgados na televisão pública francesa em maio de 2012 e junho de 2013.
A justiça luxemburguesa o absolveu em primeira instância das acusações de cumplicidade na divulgação de segredos empresariais, violação do sigilo profissional e lavagem de informação roubada.
Mas nesta segunda-feira volta a comparecer após um recurso apresentado em agosto pelo Ministério Público de Luxemburgo, que não queria separar os diferentes elementos do caso.