Bolsa brasileira: "entre mercados emergentes, vemos o Brasil como único, pois tem uma história para contar", diz Emy Shayo (Renato S. Cerqueira/FuturaPress)
Natália Flach
Publicado em 22 de novembro de 2019 às 13h13.
São Paulo - No vaivém de apostas do mercado, o banco JP Morgan projeta que agora o Brasil vai. "A nossa recomendação é overweight (performance acima da média de mercado) para o país", diz Emy Shayo, estrategista de renda variável para América Latina. Isso significa que, na carteira de investimentos da instituição, a fatia de ações brasileiras supera 7,2% — que é o peso do Brasil no índice MSCI Emerging Markets, que reúne 1.100 ativos de 26 países.
"Temos uma posição expressiva, pois vemos uma simbiose entre crescimento e reformas no país. Os maiores riscos vêm de fora com a tendência de 'desglobalização', que significa que as guerras comerciais vieram para ficar", acrescenta, em conversa com EXAME após um evento em São Paulo.
Para a especialista, os segmentos que devem se destacar, na bolsa brasileira, em 2020, são os de consumo discricionário (ou cíclico), educação, saúde, energia e bancos.
"Entre mercados emergentes, vemos o Brasil como único, pois tem uma história para contar. Tem a narrativa de reformas e de taxa de juros baixas, variáveis que não tínhamos há anos. Por isso, temos recomendação de compra em renda variável e estamos comprados em Brasil."
A expectativa é de que haja um fluxo maior para renda variável com a saída de investidores da renda fixa — dado que a taxa básica de juros está no menor patamar histórico, em 5% ao ano. Isso deve ser visto tanto na carteira de pessoas físicas quanto na de fundos mútuos, que hoje tem um percentual de 11,5% em ações. "Já foi o dobro disso, e devemos ver um aumento."