Frederico Andrade, CEO da Indigo Hive: “A medicina trouxe um olhar para a neurociência que influencia a maneira como abordamos a aplicação da tecnologia. Temos profissionais da área da saúde na empresa, além de clientes relevantes no setor.” (Indigo Hive/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 4 de junho de 2024 às 09h00.
Última atualização em 4 de junho de 2024 às 10h43.
A inteligência artificial (IA) se faz presente hoje em reuniões de negócios, computadores dos colaboradores e debates dos conselhos de administração. É uma solução altamente disruptiva, para a qual muitos dos líderes de negócios não estavam preparados.
Mas existem formas de acelerar o grau de conhecimento da tecnologia e da adoção das ferramentas que ela proporciona, em todo o seu potencial, inclusive acompanhando sua evolução, que deve prosseguir ao longo dos próximos anos.
Uma delas é contar com um parceiro especializado em IA, capaz de monitorar as soluções mais promissoras do momento, mas também de ir além, enxergando as perspectivas futuras abertas pelos desenvolvedores de soluções em código aberto e pelos pesquisadores da área em universidades globais de ponta.
Tudo isso com um olhar voltado para as demandas do mercado, para os desafios que cada área das organizações enfrenta – e, principalmente, para a geração de valor e de retorno sobre investimento (ROI).
Foi com esta proposta que a Indigo Hive surgiu, em 2019 – e, de forma orgânica, se tornou uma das preferidas das maiores empresas do Brasil, aquelas que movimentam a economia do país – incluindo Braskem, Danone, Abbott, EMS, Eurofarma e Hypera.
A empresa já desenvolveu mais de 200 projetos para cerca de 70 companhias. O faturamento de 2023 alcançou R$ 5 milhões, acompanhado de um aporte recente de R$ 30 milhões e valuation na casa de R$ 60 milhões.
Tudo isso começou em 2019, como resultado da parceria de dois jovens: Fernando Kuteken, CTO, bacharel em engenharia de produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (SP), atualmente com 29 anos, e o CEO Frederico Andrade, de 25 anos, medalhista de diversas olimpíadas acadêmicas e médico formado, também pela USP.
Andrade concluiu a faculdade, que iniciou em 2017, mas desde o primeiro ano do curso conciliou as atividades com trabalhos como designer, desenvolvedor de software e consultor de estratégia – até se tornar cofundador da companhia, que hoje está consolidada como uma das principais provedoras de IA do país.
“A medicina trouxe um olhar para a neurociência que influencia a maneira como abordamos a aplicação da tecnologia. Temos profissionais da área da saúde na empresa, além de clientes relevantes no setor. E a USP, como instituição, foi ainda mais influente”, relata o CEO.
Uma das principais dificuldades das empresas neste momento é entender quais soluções em IA deverão se sustentar no longo prazo, e como implementá-las de forma ágil, para que elas contribuam com suas rotinas de negócios.
A Indigo Hive trabalha precisamente na direção de atender a essas demandas, diz Andrade. “Oferecemos um conjunto de soluções personalizadas e adequadas para o ciclo de vida da IA corporativa. Avaliamos a situação da companhia e buscamos entender se já temos soluções prontas ou se precisamos desenvolver novas.”
Neste primeiro estágio, caracterizado pelo diagnóstico, a companhia coloca em operação o AI Discovery, uma metodologia de mapeamento que alavanca a implementação de soluções que têm impacto sobre o ROI – e são orquestradas com o suporte do produto que o CEO chama de “joia da coroa” da companhia: a Cogfy.
“Com ela, capacitamos a empresa para que integre a tecnologia às operações, desbloqueando todo o potencial da IA para superar desafios e explorar oportunidades de negócios. Atuamos como educadores dentro das empresas, formando os profissionais para utilizar as soluções da melhor forma, entendendo e desenvolvendo seu potencial.”
Em coerência com a trajetória dos fundadores, a empresa mantém o contato com profissionais com formação educacional de ponta, com passagem pelas instituições de ensino mais influentes do país – e que não necessariamente se formaram em campos relacionados à IA, mas que são destaque em suas áreas. Atualmente, são 40 funcionários fixos e 20 alocados em projetos temporários, com o propósito de chegar a 80 colaboradores fixos nos próximos meses.
Além disso, a diversidade do grupo de trabalho é muito valorizada, especialmente na busca por profissionais neurodivergentes.
“Temos colaboradores com transtorno bipolar, depressão, autismo. Valorizamos pessoas que veem o mundo de maneiras diferentes, que agregam com seus pontos de vista. A sociedade tem muito a se adaptar para conviver melhor com estas patologias tão recorrentes, temos muito a aprender com as pessoas neurodivergentes”, afirma Andrade – ele mesmo está no espectro autista.
O resultado desse esforço se traduz em soluções que conciliam IA com inteligência humana, reunindo as melhores capacidades de ambas as inteligências, para que seja possível transformar dados brutos de qualquer tipo em insights claros para o desenvolvimento de produtos, estratégia de negócios e planos de ação.