Jeff Bezos (Reuters)
Karin Salomão
Publicado em 11 de fevereiro de 2017 às 08h00.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2017 às 08h00.
São Paulo – A ficção científica está mais perto. Com apenas comandos de voz, é possível perguntar sobre o tempo, tocar música, fazer perguntas ou acrescentar itens à lista de compras.
Com o Amazon Echo, é possível realizar essas e outras 1.500 tarefas. O aparelho, que mais parece uma caixa de som, está conectado à inteligência artificial Alexa (concorrente da Siri, da Apple) e foi o item da Amazon mais vendido durante as festas de fim de ano nos Estados Unidos.
Foram cerca de 5 milhões de aparelhos vendidos, segundo a consultoria Consumer Intelligence Research Partners (CIRP), e o item chegou a ficar fora de estoque.
Não são apenas os consumidores que estão empolgados com o aparelho. Jeff Bezos, presidente da varejista, gosta tanto do produto que ele o espalhou por toda sua casa.
“De forma lenta, mas implacável, eu fui acrescentando um Echo ou Echo Dot em cada cômodo da casa, inclusive nos banheiros. Comecei pela cozinha e fui adicionando aos outros quartos e fiquei frustrado quanto estava no banheiro e não conseguia perguntar para a Alexa como estava o tempo ou algo assim. Creio que sou um pioneiro nesse sentido”, afirmou ele em entrevista ao Billboard.
“Meus quatro filhos, minha esposa e eu usamos o aparelho continuamente. Cada um tem suas próprias playlists e preferências musicais e se estão todos na cozinha ao mesmo tempo [as crianças] podem se atropelar ao fazer pedidos para a Alexa”, brinca ele.
Segundo ele, ao contrário de um smartphone, o assistente Amazon Echo é um aparelho comunitário para toda a família, o que aumenta o alcance da companhia.
A Ford anunciou que, em breve, a inteligência artificial da Amazon também estará nos carros da montadora.
Para o presidente da maior varejista do mundo, o que sustenta as altas vendas do produto é a incrível inteligência por trás dele. Centenas de pessoas trabalharam no sistema de aprendizado de máquinas e reconhecimento de voz por quatro anos.
É uma de suas áreas preferidas na companhia, diz ele à Billboard. “Entro no trabalho dançando quando tenho reuniões relacionadas ao Echo ou Alexa no dia”, afirmou.
De acordo com especialistas, o aparelho pode ser um dos negócios mais importantes da companhia no futuro. A inteligência artificial robusta pode ajudar em outros negócios da companhia – Bezos afirmou que há um robô que seleciona os melhores morangos de forma mais eficiente que os humanos para sua rede de supermercados, Amazon Fresh.
Porém, mais do que isso, pode ajudar a conhecer seus clientes de forma mais profunda e entender o que eles buscam e o que querem e, dessa forma, fazer marketing mais focado, construindo uma relação mais forte com os consumidores.