Varejista chinesa levantou levantou 3,9 bilhões de dólares em seu IPO (Tingshu Wang/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 18 de junho de 2020 às 07h09.
Última atualização em 18 de junho de 2020 às 15h01.
A bolsa de Hong Kong teve uma abertura de capital pra lá de simbólica nesta quinta-feira. A JD.com, um dos gigantes de comércio eletrônico na China, levantou 3,9 bilhões de dólares em seu IPO, a oferta pública inicial de ações.
A JD.com se junta ao varejista Alibaba e a NetEase, de games, outras duas grandes companhias a listar ações em Hong Kong e em Nova York. A Jd.com já tinha ações listadas na Nasdaq, a bolsa americana especializada em tecnologia, desde 2014. Outra gigante eletrônica chinesa, a Tencent, dona do aplicativo WeChat, está listada apenas na China.
A oferta de hoje é simbólica por dois motivos. Primeiro, porque devolve os holofotes a Hong Kong, principal centro financeiro da Ásia e que está com o futuro em aberto por causa de crescentes ameaças de Pequim. O governo chinês tem aprovado leis cada vez mais restritivas que colocam em xeque a liberdade de expressão e de negócios na ilha que foi colônia britânica até 1997. O IPO da JD.com dá novo impulso a Hong Kong, mas também mostra o receio de depender do mercado americano, onde há uma crescente pressão do governo sobre empresas de tecnologia chinesas. Há até um movimento para forçar a deslistagem de empresas chinesas nos Estados Unidos.
O segundo motivo a marcar o simbolismo da oferta é mostrar a força do varejo online chinês com a pandemia do coronavírus. A JD.com tem mais de 300 milhões de clientes ativos, fatura mais de 25 bilhões de dólares por ano e, agora, passa a valer mais de 60 bilhões de dólares. Entre seus acionistas estão a Tencent, e duas gigantes americanas: Walmart e Alphabet, dona do Google.
A JD.com cresceu 26,6% em 2019 e, mesmo com a pandemia, superou a meta de crescer mais de 10% no primeiro trimestre. Suas ações na Nasdaq estão na sua máxima histórica. A grande força da companhia está em cidades do interior da China, onde estão 70% de seus clientes -- a companhia tem 700 centros de distribuição espalhados pelo país.
As ações da varejista subiram 3,5% hoje, em Hong Kong.